Sem planejamento financeiro, público 65+ se atrapalha para negociar dívidas

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Mais jovens têm demonstrado maior consciência financeira e negociação das dívidas cresce nessa faixa da população, aponta Serasa - Envato
Mais jovens têm demonstrado maior consciência financeira e negociação das dívidas cresce nessa faixa da população, aponta Serasa
Por Fabiana Holtz fabiana.holtz@viva.com.br

Publicado em 21/08/2025, às 13h46 - Atualizado às 13h47

São Paulo, 21/08/2025 – O número de consumidores que buscaram negociar suas dívidas cresceu 11,4% no primeiros sete meses de 2025 em relação ao mesmo período do ano anterior, aponta pesquisa divulgada pela Serasa Experian. No recorte por faixa etária, o grupo de consumidores com mais de 65 anos que acessou a plataforma Serasa Limpa Nome diminuiu 4,7% no período, passando de 356,9 mil para 340 mil pessoas. 
Apesar da queda, o endividamento dessa faixa etária ainda é alto e preocupa, afirma Karla Pontes, porta-voz da Serasa e especialista em educação financeira. “Isso reflete uma falta de planejamento financeiro que teve um impacto concreto na vida do aposentado. Eles não conseguem espaço no orçamento nem para negociar as dívidas”.
Segundo Pontes, também foi identificado que o público dessa faixa etária deu início ao seu planejamento financeiro apenas cinco anos antes da aposentadoria.
Percebemos que muitos precisam continuar trabalhando para complementar a renda da aposentadoria. Ou seja, a falta de planejamento financeiro compromete até o momento esperado de descanso que essas pessoas deveriam ter. 
Outro dado preocupante, segundo Pontes, é que 60% desse público já precisou buscar crédito para pagar despesas essenciais, como alimentação e saúde.

Jovens negociadores

Por outro lado, a participação de representantes da Geração Z (de 18 a 25 anos) que buscaram a plataforma para negociar dívidas aumentou de 9,9% para 13,3%, somando mais de 1,5 milhão de pessoas. 
Patrícia Camillo, gerente da Serasa, observa que a maior procura por negociação entre os mais jovens é um reflexo de como a educação financeira e um processo simples de negociação têm feito diferença para essa geração. “Muitos estão dando os primeiros passos na vida profissional, e aproveitar os descontos agora pode evitar que as dívidas se transformem em um problema maior no futuro”, afirma.

Endividamento segue alto

Em julho, o número de brasileiros inadimplentes atingiu 78,16 milhões, segundo a Serasa. Essa é a maior marca do ano e da série histórica. No total, são R$ 482 bilhões em dívidas, com um valor médio por débito de R$ 1.570,17.
Entre os pontos de inadimplência, bancos e cartões de crédito concentram 27,2% das pendências. Na sequência, surgem contas básicas como água, luz e gás (20,6%), e financeiras, empresas que concedem crédito (19,47%).

Relação com o dinheiro

Para entender as tendências de comportamento da Geração Z em relação ao dinheiro, a Serasa também ouviu 2.923 jovens de 18 a 29 anos sobre seus planos financeiros. De acordo com o estudo, 55% dos entrevistados já assumiram a responsabilidade dos seus próprios gastos mensais e 39% contribuem ou dividem as despesas da casa.
Na avaliação de Patrícia Camillo, essa geração se mostra ainda mais madura financeiramente, priorizando o pagamento de dívidas. “Além disso, mais da metade dos jovens (57%) afirmam que aprenderam a correr atrás de sua estabilidade financeira por terem crescido em um ambiente instável, adotando novos hábitos e buscando mais informações sobre educação financeira”.

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