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Veja como funciona o Reforma Casa Brasil e os principais pontos de atenção

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Reforma Casa Brasil vai ofertar R$ 40 bilhões em crédito habitacional para reformas e ampliações de residências - Envato
Reforma Casa Brasil vai ofertar R$ 40 bilhões em crédito habitacional para reformas e ampliações de residências
Brasília, 21/10/2025 - Anunciado nesta segunda-feira (20) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o programa Reforma Casa Brasil deve injetar R$ 40 bilhões em crédito habitacional no mercado para reformas e ampliações de residências. O plano é atender famílias que já têm casa própria, mas enfrentam problemas estruturais ou de adequação nas edificações com valores a partir de R$ 5 mil.
Entre os exemplos citados pelo governo estão "telhados danificados, pisos comprometidos, instalações elétricas e hidráulicas precárias, falta de acessibilidade ou necessidade de ampliação".
Elaborado pelos ministérios das Cidades e da Fazenda, em parceria com a Caixa, a meta inicial do Reforma Casa Brasil, segundo a Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), é atingir 1,5 milhão de contratações.
Leia também: Reformas em alta: banheiro e quarto lideram planejamento de obras

Quem pode usar o novo crédito para reforma?

 O programa começa a partir de 3 de novembro. O dinheiro pode ser usado para compra de materiais de construção, pagamento de mão-de-obra, entre outros.
Para as famílias com renda até R$ 3.200 o financiamento será a partir de R$ 5 mil, com prazo de pagamento de até 60 meses (ou seja, cinco anos), a taxa de juros será de 1,17% ao mês. Para as que ganham de R$ 3.200,01 a R$ 9.600, os juros serão de 1,95% ao mês, com prazo de pagamento semelhante.
No caso das famílias de renda acima de R$ 9.600, o financiamento será de pelo menos R$ 30.000, com prazo de pagamento de 180 meses (15 anos). 
As condições de juros, nesse caso, serão definidas pela Caixa e poderão variar de 1,33% a 1,95% ao mês, a depender do valor total.
Para as famílias de renda superior a R$ 9.600, será necessário apresentar um imóvel como garantia e o empréstimo poderá ser de até 50% do valor da garantia.
O dinheiro disponibilizado pelo programa conta com R$ 30 bilhões do Fundo Social e mais R$ 10 bilhões via Caixa, que o banco vai obter por meio de captação em Letras de Crédito Imobiliário (LCI), totalizando R$ 40 bilhões em financiamentos destinados a melhorias habitacionais dentro da iniciativa.
O valor do Fundo Social atenderá famílias com renda de até R$ 9.600 mensais (que vão compor as faixas 1 e 2 do programa). Os R$ 10 bilhões da Caixa serão destinados a famílias com renda superior a esse limite.
Leia também: Programa Federal para reforma de casas terá crédito de até R$ 30 mil por família

Cuidados na hora de assinar

O programa é mais uma fonte de crédito habitacional, mas o advogado Stefano Ribeiro Ferri, especialista em Direito do Consumidor, recomenda cautela. Antes de assinar qualquer financiamento, é preciso fazer as contas para ver se o empréstimo cabe no orçamento familiar. 
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O advogado Stefano Ribeiro Ferrii recomenda atenção redobrada aos termos do contrato - Foto: Divulgação
Mesmo que a parcela possa chegar a 30% ou 35% da renda, Ferri recomenda prudência: “O ideal é calcular com base na renda líquida e considerar outras dívidas já existentes. Se o orçamento estiver muito apertado, qualquer imprevisto pode levar à inadimplência”.
Sem planejamento, alerta o advogado, a decisão pode acabar se tornando um peso, ainda mais no caso de reformas, que costumam ter imprevistos que aumentam o custo final.
Antes de assinar o contrato Ferri recomenda que se faça uma comparação do Custo Efetivo Total (CET) desse crédito disponibilizado pelo governo com outras linhas de crédito disponíveis no mercado. “Esse indicador mostra o valor real da dívida, com juros, tarifas e seguros. Também é importante observar o prazo, o tipo de correção monetária e se o contrato permite amortização antecipada sem multa”.
Atente também para a taxa de juros, o indexador usado na operação, o custo total e as garantias exigidas, acrescenta o advogado. 
No âmbito jurídico, Ferri recomenda que se faça uma leitura atenta de todas as cláusulas antes de assinar. “Também deve exigir cópia integral do contrato e confirmar se todas as informações foram prestadas de forma clara, o que é um direito garantido pelo Código de Defesa do Consumidor”. 

Risco de Inadimplência

Outro ponto de atenção é o risco de inadimplência. Em caso de não pagamento, há risco de cobrança judicial, alerta Ferri. Entre outras consequências, o tomador do crédito pode ter seu nome negativado e até perda de garantias, se houver hipoteca ou alienação fiduciária. E se a obra não for concluída, o consumidor continuará responsável pelo empréstimo. "Por isso, é importante ter uma reserva financeira e contratar profissionais de confiança”.
O advogado alerta ainda que, considerando que a contratação poderá ser feita online, utilizando o aplicativo da Caixa, essa facilidade pode aumentar o endividamento da população, que em 2025 já atinge 78% das famílias brasileiras. "O programa até pode ser uma boa iniciativa, desde que garanta informação adequada às pessoas que mais precisam, apresente condições acessíveis e que sua finalidade não seja desviada".

Nova política de crédito habitacional

Em 2025, o governo federal tem dedicado esforços para incentivar a habitação popular. Anunciada há duas semanas, a nova política de crédito habitacional permitirá que a Caixa financie até 80% do valor dos imóveis comprados via Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), que financia imóveis com recursos da caderneta de poupança.
Em outubro do ano passado, o banco havia reduzido essa fatia máxima do financiamento para 70%. Também aumentou o teto de financiamento para imóveis pelo Sistema Financeiro da Habitação (SFH) subirá de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões. O governo também estipulou um teto de 12% de juros ao ano para o financiamento habitacional.

MCMV para classe média 

Em abril, o presidente Lula anunciou a faixa 4 do Minha Casa, Minha Vida, destinada a famílias com renda mensal de R$ 8,6 mil a R$ 12 mil. A proposta foi aprovada pelo Conselho Curador do Fundo de Garantia de Tempo de Serviço (FGTS) e passou a ser disponibilizada em maio. Essas famílias podem financiar imóveis de até R$ 500 mil por taxas de 10% ao ano. O financiamento é de até 420 meses (ou seja, 35 anos) e não conta com subsídios do governo, diferente de outras faixas do programa.

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