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Homens são maioria dos influenciadores mais citados no Brasil, mostra estudo

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Estudo mostra que 54% da população brasileira se informa por redes sociais e que 13 dos 15 influenciadores mais citados são homens - Adobe Stock
Estudo mostra que 54% da população brasileira se informa por redes sociais e que 13 dos 15 influenciadores mais citados são homens

Por Carla Nigro, especial para o Viva

redacao@viva.com.br
Publicado em 05/11/2025, às 13h25 - Atualizado às 14h49

São Paulo, 05/11/2025 - Onde e com quem você se informa? Nos últimos anos, a resposta a essa pergunta parece pender cada vez mais para criadores de conteúdo e influenciadores digitais, inclusive, quando o assunto é política.  Relatório do Instituto Reuters, chamado “Mapping News Creators and Influencers in Social and Video Networks”, apresenta a primeira radiografia global sobre esses personagens e seu impacto. 

O relatório destaca que criadores de conteúdo e influenciadores digitais têm grande impacto no Brasil, que aparece entre os seis países com maior volume de menções individuais a influenciadores de notícias: 640. Acima estão Quênia (1.170), Tailândia (970), África do Sul (910), Nigéria (840) e Índia (690).  Na outra ponta do espectro, figuram países da Europa, além de Austrália, Canadá e Japão.
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Outros dados relevantes sobre o Brasil mostram que 54% da população utiliza as redes sociais para se informar semanalmente. Além disso, entre os 15 principais influenciadores de notícias mais citados no País, 13 são homens.
Para realizar o “Mapping News Creators and Influencers in Social and Video Networks”, foram combinados dados do Digital News Report, coletados entre 2024 e 2025 -- que perguntava aos participantes, entre outros, como consumiam notícias e com quais influenciadores --, com o monitoramento de plataformas como X (Twitter), YouTube, TikTok e Instagram. O levantamento mapeou mais de 40 mil nomes individuais de influenciadores e criadores de conteúdo mencionados por usuários de redes sociais em 24 países.
As perguntas utilizadas para compor a base de dados foram abertas, ou seja, os entrevistados indicaram espontaneamente os nomes lembrados. Por isso, o estudo faz algumas ressalvas, entre elas, o fato de que as respostas refletem o comportamento autodeclarado das pessoas, o que nem sempre corresponde ao comportamento real, devido a vieses e falhas de memória.

Política

O relatório observa ainda que políticos e comentaristas políticos possuem um grande número de seguidores, frequentemente combinando redes sociais, televisão e podcasts em suas estratégias de comunicação.
Outro ponto enfatizado é que tanto o presidente Lula quanto o ex-presidente Jair Bolsonaro têm grande presença nas redes sociais e as utilizam com frequência para mobilizar suas bases políticas. Ambos estão cercados por criadores de conteúdo ativistas — em sua maioria, homens — que costumam expressar visões controversas.
O Instituto Reuters ressalta ainda que o público das redes sociais está amplamente dividido por linhas ideológicas, fenômeno semelhante ao observado nos Estados Unidos, sendo o. público de direita mais propenso a citar influenciadores de notícias do que o público de esquerda.

Equidade de gênero

Após analisar os dados das 15 pessoas mais mencionadas em redes sociais e plataformas de vídeo em cada um dos 24 países estudados, o Instituto Reuters constatou que 85% são homens. No Canadá, todos os nomes da lista são masculinos. Já as Filipinas têm a menor proporção de homens (46%) e a maior presença de mulheres criadoras de notícias e jornalistas (54%).
O gênero também influencia o tipo de notícia consumida. Os homens dominam o campo dos influenciadores de comentários políticos, com apresentadores que geralmente dialogam com outros homens. O público desse tipo de conteúdo tende a ser majoritariamente masculino (embora não exclusivo).
Por outro lado, o relatório aponta que uma proporção significativa das principais criadoras de conteúdo sobre estilo de vida são mulheres, com um público predominantemente feminino.

Idade faz diferença

Ao comparar o público que acompanha criadores de notícias e veículos tradicionais, o Instituto Reuters identificou que a principal diferença está na faixa etária. Entre os menores de 35 anos que usam redes sociais, 48% consomem notícias de criadores, contra 41% que acompanham a mídia tradicional. Já entre os maiores de 35 anos, o quadro se inverte: 44% prestam mais atenção à mídia tradicional, e 35% a criadores.
Com base nos dados, uma das conclusões à qual o Instituto Reuters chega é que o rápido crescimento dos criadores de notícias está gerando uma nova frente de concorrência para as empresas de mídia tradicionais. Isso ocorre especialmente entre o público da Geração Z e dos millennials, que se mostram cada vez mais relutantes em acessar sites e aplicativos de notícias.
Também foi observado que comentaristas políticos tendem a se concentrar mais no YouTube e no Google, enquanto criadores de conteúdo investigativo, explicativo ou jornalístico priorizam o Instagram e o TikTok, além do YouTube. Isso se deve, segundo o Instituto, ao público mais jovem, interessado em uma variedade maior de formatos e narrativas mais visuais.
Embora a internet seja global, a maioria dos criadores de notícias atua em um contexto nacional, o que se deve tanto a barreiras linguísticas quanto à relevância cultural e temática. Isso é especialmente verdadeiro na Europa Oriental, na maior parte da Ásia e da América Latina, e em algumas regiões da África.

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