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Humano não é o mais monogâmico: veja ranking romântico entre espécies

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Seres monogâmicos são aqueles que possuem um parceiro afetivo e/ou sexual por vez, com exclusividade. - Pixabay
Seres monogâmicos são aqueles que possuem um parceiro afetivo e/ou sexual por vez, com exclusividade.

Por Larissa Crippa

redacao@viva.com.br
21/12/2025 | 12h44

São Paulo, 21/12/2025 - Quando falamos de relacionamentos amorosos, podemos observar que tanto no reino animal quanto entre os seres humanos, existem estruturas variadas de relacionamentos. Seres monogâmicos mantêm um parceiro afetivo e/ou sexual com exclusividade, enquanto os não-monogâmicos têm múltiplos parceiros de forma consensual, sem a obrigação de exclusividade. Essas dinâmicas, contudo, não são exclusivas dos seres humanos.

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Qual a criatura mais monogâmica do mundo?

No mundo animal, quando o assunto é a formação de casais, os seres humanos ocupam uma posição intermediária na escala de monogamia. Um estudo da Universidade de Cambridge introduziu uma “escala romântica”, na qual os humanos são considerados 66% monogâmicos, sendo essa proporção baseada na quantidade de filhos que compartilham os mesmos pais. Isso nos coloca em um patamar semelhante ao dos suricatos (60%) e dos castores (73%), mas ainda bastante distantes do topo, onde encontramos o rato-da-califórnia, considerado 100% monogâmico ao longo da vida.

No outro extremo da escala estão animais como chimpanzés e gorilas, que formam laços sociais fortes, mas apresentam baixíssimos índices de monogamia reprodutiva, entre 4% e 6%. O carneiro-de-soay, por exemplo, é apontado no estudo como o mais "promíscuo", com apenas 0,6% de filhos compartilhando os mesmos pais. Isso evidencia que, entre os mamíferos, a monogamia social é a exceção e não a regra, surgindo de maneira independente em várias espécies ao longo da evolução.

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E o que isso significa na prática?

O significado prático dessas observações vai além da mera reprodução. Muitas espécies, ao formarem pares, criam vínculos duradouros e cooperam no cuidado com os filhotes, defendem territórios conjuntamente e demonstram comportamentos de apego. Os suricatos, por exemplo, dependem da vida em grupo e da colaboração, mesmo sem uma exclusividade sexual estrita. Isso mostra que escolher um parceiro não exclui a possibilidade de conexões emocionais ou sociais significativas.

Entre os humanos, embora apresentemos um índice relativamente alto de monogamia em comparação com outros mamíferos, nosso sistema social é distinto. Vivemos em grupos com múltiplos homens e mulheres, dentro dos quais se formam pares monogâmicos, pelo menos em determinados períodos. A pesquisa considerou essa dinâmica ao calcular a proporção de filhos dos mesmos pais em diferentes populações e períodos históricos.

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Relacionamentos humanos, como apontam especialistas na área, como Esther Perel e Meg-John Barker, não seguem um modelo único. Quer se priorize uma relação específica ou múltiplas, isso depende dos limites pessoais e das formas individuais de amar.

Brasil segue como País mais infiel da América Latina

O dado biológico, no entanto, contrasta com a realidade social contemporânea. Pesquisas, como a Radiografia da Infidelidade e Infiéis no Brasil, de 2022, indicam que 8 em cada 10 brasileiros já traíram parceiros em relações monogâmicas, colocando o País como o mais infiel da América Latina. A discrepância entre o comportamento observado na escala evolutiva e as práticas atuais sugere que, mais do que uma predisposição natural, as relações humanas exigem reflexão, comunicação e acordos claros. Entender nossos padrões afetivos pode ser um passo essencial para construir vínculos mais conscientes e alinhados aos limites e desejos de cada pessoa.

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