Foto: Envato Elements
Por Beatriz Duranzi
[email protected]A resiliência é a capacidade de lidar com adversidades, adaptar-se a mudanças e recuperar-se de situações difíceis. No contexto do envelhecimento, essa habilidade torna-se crucial, pois ajuda os idosos a enfrentarem perdas, doenças e outras adversidades com mais equilíbrio emocional.
Segundo Relatório Mundial de Envelhecimento e Saúde da Organização Mundial da Saúde (OMS), o envelhecimento saudável está diretamente relacionado à capacidade funcional, que inclui aspectos físicos e mentais. A resiliência contribui para manter essa capacidade, permitindo que os idosos realizem atividades que valorizam, mesmo na presença de doenças ou limitações físicas.
Um estudo recente conduzido nos Estados Unidos e publicado no BMJ Mental Health, concluiu que indivíduos mais resilientes têm menos chances de morrer, independentemente de outros fatores de risco.
A pesquisa analisou dados de mais de 10 mil adultos acima de 50 anos como parte do Health and Retirement Study (HRS). Ao longo de 12 anos de acompanhamento, a pesquisa apontou que os idosos com níveis mais altos de resiliência tiveram uma redução de 53% no risco de morte, em comparação com aqueles que registraram baixos índices nessa característica.
Mesmo levando em conta doenças crônicas e hábitos de vida, o vínculo entre resiliência emocional e maior longevidade se manteve consistente, evidenciando o papel crucial da saúde mental no envelhecimento saudável.
Os pesquisadores classificaram os participantes em quatro grupos, conforme suas notas em uma escala de resiliência. Entre os menos resilientes, apenas 61% chegaram a completar uma década de vida após o início do estudo. Já entre os mais resilientes, essa taxa subiu para 84%. A associação entre resiliência e longevidade foi ainda mais acentuada entre as mulheres, de acordo com os dados do levantamento.
A resiliência não é uma característica incomum, ela pode ser cultivada ao longo da vida. Programas como o método FRIENDS, reconhecido pela OMS, têm sido eficazes no desenvolvimento de habilidades emocionais e sociais que promovem a resiliência em todas as idades, incluindo os idosos.
Além disso, práticas como meditação, participação em grupos comunitários, manutenção de relacionamentos sociais e atividades que proporcionem senso de propósito são recomendadas para fortalecer a resiliência emocional.
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