Casos de artrose disparam entre mulheres após a menopausa: entenda os riscos e como se prevenir

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Essa é apontada como uma tendência preocupante de saúde pública

Por Beatriz Duranzi

redacao@viva.com.br
Publicado em 02/08/2025, às 12h00

São Paulo, 02/08/2025 - O número de mulheres afetadas pela artrose após a menopausa mais que dobrou nas últimas três décadas, apontando para uma tendência preocupante de saúde pública.

É o que revela um estudo publicado pela BMJ Global Health e conduzido por médicos da Universidade de Hangzhou, na China, com base em dados do Global Burden of Disease de 2021, um dos mais abrangentes levantamentos sobre doenças crônicas no mundo, com alcance de 204 países, incluindo o Brasil.

De 1990 a 2021, o número de novos diagnósticos de artrose, também conhecida como osteoartrite, entre mulheres na pós-menopausa aumentou 133%. 

Ainda mais alarmante é a quantidade de mulheres que perderam anos de vida saudável devido à doença: o crescimento foi de 142% nesse mesmo período. 

A maior parte dos casos concentra-se em países de alta renda, onde a expectativa de vida e o acesso a diagnósticos são maiores, mas o impacto da doença é global.

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O que é a artrose?

A osteoartrite é uma doença degenerativa das articulações, causada principalmente pelo desgaste da cartilagem que protege os ossos. 

Com o tempo, essa deterioração pode gerar dor crônica, limitação de movimento e, em casos graves, deformidades permanentes. 

O estudo revelou que os joelhos são as articulações mais frequentemente afetadas, seguidos pelas mãos, especialmente entre mulheres de 55 a 64 anos, faixa em que a dor incapacitante é duas vezes mais comum do que em homens da mesma idade.

Por que a menopausa é um fator de risco?

A queda nos níveis de estrogênio após a menopausa está associada a alterações na densidade óssea e na lubrificação das articulações, favorecendo o surgimento da artrose. 

A condição também pode estar ligada à redução da massa muscular, comum nessa fase da vida, o que compromete a sustentação articular.

Obesidade e sedentarismo agravam o cenário

Outro fator de peso identificado pelo estudo é o aumento da obesidade entre mulheres mais velhas. Entre 1990 e 2021, a taxa de mulheres com sobrepeso na faixa acima dos 55 anos subiu de 17% para 21%. 

O excesso de peso aumenta a pressão sobre as articulações, principalmente joelhos e quadris, acelerando o desgaste da cartilagem e agravando os sintomas da osteoartrite.

Tratamentos e alívio dos sintomas

Embora a artrose não tenha cura, o tratamento pode melhorar significativamente a qualidade de vida. Casos mais leves são tratados com fisioterapia, exercícios específicos, analgésicos e anti-inflamatórios. 

Já quadros avançados podem exigir infiltrações com medicamentos, uso de próteses ou até cirurgias.

Como se prevenir?

A prevenção da artrose passa por um conjunto de hábitos saudáveis:

  • Manter o peso sob controle
  • Praticar atividade física regularmente
  • Evitar o sedentarismo e o excesso de esforço nas articulações
  • Investir em alimentação rica em cálcio, vitamina D e antioxidantes
  • Realizar check-ups regulares

Mulheres devem iniciar os exames de acompanhamento da saúde óssea a partir dos 45 anos, ou antes, caso apresentem sinais precoces da menopausa ou histórico familiar de doenças articulares. 

A densitometria óssea é um dos exames mais recomendados para avaliar a integridade das articulações e a densidade mineral dos ossos.

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