Rio, 18/06/2025 - A tensão entre Israel e Irã é recente e ainda não traz elementos suficientes para que a Petrobras adote alguma medida em relação aos preços de combustíveis praticados no mercado interno, disse há pouco a presidente da estatal, Magda Chambriard. "Quando a gente fala do preço do diesel e da gasolina, não fazemos movimento abrupto", afirmou.
Ainda segundo a executiva, a Petrobras olha tendências e só faz movimento quando vê uma certa estabilidade. "Se a sociedade alheia está estressada, a nossa não, com cinco dias a gente não vai fazer nada [...] Estamos de olho no nosso mercado e não queremos perder mercado", disse, referindo-se à concorrência interna de outras refinarias e dos importadores de combustíveis.
"Esse cenário (de petróleo em alta por conta do conflito Israel-Irã) é bem recente e não vamos fazer nada. Olhamos tendências e só fazemos movimentos quando enxergamos tendência e uma certa estabilidade. Vamos aguardar e continuar de olho no nosso mercado”, resumiu, fazendo um balanço do primeiro ano de sua gestão.
Segundo ela, se a guerra terminar amanhã, o preço do petróleo voltará ao que era antes. "Vamos aguardar", afirmou.
Ormuz
O entendimento foi reforçado por Claudio Schlosser, diretor executivo de Logística, Comercialização e Mercados. "Recebemos diariamente 100 mil barris por dia (bpd) de petróleo árabe leve para a Refinaria Duque de Caxias (Reduc) (responsável por 80% da produção de lubrificantes e pelo maior processamento de gás natural no País).
O Estreito de Ormuz, única rota marítima de saída do Golfo Pérsico para a maioria dos exportadores de petróleo do Golfo, ganhou ainda mais atenção dos investidores desde a escalada de tensões entre Irã e Israel. Na avaliação da presidente da estatal, os atuais preços do petróleo exigem "esforços de adaptação", mas que a queda não assusta.
"O barril do petróleo a US$ 20 abaixo do praticado no ano passado nos motiva a sermos cada vez mais eficientes para cada espaço de ganhos”, avaliou.