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Apesar dos preços altos, 52% dos brasileiros vão comprar ovos de Páscoa

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Apesar dos preços, tradição da Páscoa resiste no bolso e no coração dos brasileiros - Foto: Envato Elements
Apesar dos preços, tradição da Páscoa resiste no bolso e no coração dos brasileiros

Por Gabrielly Bento

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Publicado em 11/04/2025, às 15h45

Mesmo com o peso no orçamento, a simbologia dos ovos de Páscoa segue firme entre os brasileiros. Um levantamento da Nexus – Pesquisa e Inteligência de Dados – mostra que pouco mais da metade da população (52%) pretende adquirir ovos de chocolate em 2025. O valor médio que os consumidores planejam desembolsar é de R$ 59 por unidade, com uma média de três itens por pessoa.

A pesquisa destaca que, entre os que afirmam manter a tradição, os filhos e outras crianças são os principais contemplados com o presente (61%), seguidos por familiares (30%) e parceiros amorosos (19%). Já 14% pretendem se dar ao luxo de comprar para si mesmos. A escolha por presentear os pequenos é ainda mais acentuada entre famílias com crianças de até 18 anos (87%).

O custo elevado, no entanto, é o maior obstáculo para os que pretendem deixar o ovo de lado: 36% apontam o preço como a principal razão para não realizar a compra. Mesmo assim, 26% garantem que não vão abrir mão do tradicional doce pascal, ainda que os valores estejam acima do esperado.

No recorte por renda, o comportamento se diferencia. Famílias com orçamento superior a cinco salários mínimos estão entre as que mais pretendem comprar (62%), ao lado de lares com filhos menores de idade (64%). Por outro lado, metade dos brasileiros com renda de até um salário mínimo planeja não gastar com o item.

Alternativas ganham espaço

Entre os 45% que não pretendem adquirir ovos de Páscoa, uma parcela significativa (21%) optará por outras formas de chocolate, como bombons e barras. O bombom lidera entre as escolhas alternativas (55%), com maior adesão de adultos entre 25 e 40 anos e de consumidores com maior poder aquisitivo. Já as barras de chocolate são as preferidas dos jovens (67%).

Segundo o CEO da Nexus, Marcelo Tokarski, os dados refletem uma dualidade entre desejo e poder de compra. “Apesar do aperto econômico, pouco mais da metade dos brasileiros dizem pretender comprar ovos de Páscoa, indicando que a tradição de se presentear na Páscoa segue forte no país.

O levantamento mostra ainda que famílias com crianças pequenas têm mais chance de comprar ovos, destacando a importância simbólica e afetiva do presente para o público infantil.”, analisa.

O preço alto apontado como principal motivo para não comprar ovo de Páscoa também evidencia a oportunidade para o aumento de consumo de produtos alternativos, como bombons, barras e trufas”, completa.

Gasto médio varia por região e perfil

O valor destinado à compra dos ovos varia conforme a faixa etária, renda e localização. Homens pretendem gastar mais que mulheres (R$ 62 contra R$ 55), e os jovens lideram entre os mais dispostos a investir no produto (R$ 63). Quem não tem filhos também aparece entre os que mais pretendem gastar, com média de R$ 66.

O Sul do país concentra os consumidores com maior média de gasto por unidade (R$ 81,99), enquanto o Nordeste apresenta os valores mais modestos (R$ 41). As regiões Sudeste e Centro-Oeste ficam na faixa intermediária.

A maioria dos entrevistados (61%) pretende gastar até R$ 50 por ovo, enquanto apenas uma minoria (1%) está disposta a pagar acima de R$ 200. Ainda assim, os consumidores mais abastados, com renda familiar superior a cinco salários mínimos, estimam desembolsar R$ 74 por unidade.

Frequência de compra revela divisões sociais

Quando questionados sobre o comportamento habitual, 43% dos brasileiros disseram que nunca compram ovos de Páscoa, 37% afirmam manter o costume anualmente e 19% compram ocasionalmente. A tradição é mais presente entre famílias com filhos menores (50%) e entre os que vivem no Sudeste.

Em contrapartida, os que passam a Páscoa sem adquirir ovos de chocolate são, majoritariamente, pessoas com mais de 60 anos, moradores do Nordeste, famílias com renda de até um salário mínimo e indivíduos sem filhos.

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