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São Paulo, 28/07/2025 - A economia climatérica refere-se a produtos e serviços que apoiam pessoas com útero na fase da menopausa e climatério. É um mercado com potencial bilionário, mas ainda pouco divulgado. É o que aponta um novo relatório da empresa data8, especializada em pesquisas sobre economia prateada na América Latina.
O estudo, obtido pelo Viva em primeira mão, será lançado na quarta-feira e identifica um mercado já em funcionamento que gira em torno de US$ 384 milhões ao ano (cerca de R$ 2,1 bilhões), apenas no Brasil.
O valor considera produtos e serviços voltados ao envelhecimento feminino, prevenção e cuidados de incontinência urinária, prazer feminino, suplementos alimentares e nutrição para esse público e procedimentos estéticos em geral.
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Segundo o relatório, até 2030 o País deverá liderar o mercado da menopausa na América Latina, gerando uma receita anual de cerca de US$ 527,1 milhões (R$ 2,9 bi). Globalmente, a estimativa é de um mercado de US$ 60 bilhões (R$ 330 bi) até 2026.
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A menopausa marca o fim do estágio reprodutivo de uma pessoa com útero, sendo oficialmente diagnosticada após 12 meses sem menstruar. O climatério, por sua vez, é a fase na qual os hormônios femininos diminuem e os sintomas da menopausa começam a aparecer. Essa fase pode começar até antes dos 40 anos de idade e inclui a perimenopausa e pós-menopausa. Ou seja, o que muitas vezes é visto como menopausa, é, na verdade, uma fase do climatério.
Em média, as mulheres sofrem de seis a oito sintomas diferentes a cada ano e o impacto físico e emocional em suas vidas é muito significativo. Com a expectativa de vida aumentando para 80 anos nesse grupo, é possível estimar que um terço da vida acontece no climatério.
Apesar de maior abertura sobre o tema, persistem lacunas: 57% das mulheres 50+ não sabem o que é climatério e 77% associam a menopausa à finitude ou à perda de vitalidade. Além disso, apenas 20% dos ginecologistas têm formação específica sobre o tema, segundo o estudo.
“Essa é uma fase da vida que afeta bilhões de pessoas no mundo, mas ainda cercada de tabus e negligência médica. O relatório mostra que existe uma grande oportunidade de inovação, acolhimento e impacto econômico a partir dessa agenda”, afirma Adriana de Queiroz, sócia-fundadora do data8 e coordenadora do levantamento.
Produzido em parceria com a startup NoPausa, o relatório também evidencia uma guinada no comportamento das mulheres brasileiras maduras: 67% realizam check-ups anuais, 46% tomam vitaminas específicas para sua faixa etária e 39% seguem dietas balanceadas.
A busca por bem-estar físico, emocional e sexual é o principal fator que tem acelerado setores como alimentação, de exercícios físicos, de suplementação, de bem-estar e prazer e de procedimentos estéticos.
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