São Paulo, 05/09/2025 -- O presidente do
Banco Central, Gabriel Galípolo, anunciou hoje
que o Banco Central limitou em R$ 15 mil o valor para PIX e TED para instituições de pagamento não autorizadas e também para as que se conectam à Rede do Sistema Financeiro Nacional via Prestadores de Serviços de Tecnologia da Informação (PSTI).
Segundo Galípoilo, 99% das transações de PJ estão abaixo desse valor. Ele ponderou que o universo englobado pela classificação de PSTI e de contas de instituições de pagamentos não autorizadas é restrito, representando apenas 3% do total de contas existentes no sistema, mas que esse foi o foco das medidas devido ao perfil das tentativas de fraude recentes.
No entanto, de acordo com o presidente do BC, em boa parte dessas instituições os volumes envolvidos foram elevados, tanto de PIX quanto de TED. Assim, ao restringir o valor, o efeito será forçar que, para realizar algum tipo de ataque, seja necessário fazer uma repetição maior de operações, o que tende a ser capturado mais rápido pelo indicativo de movimento.
O presidente da autarquia enfatizou que essa restrição permanecerá até que ocorra a adequação das instituições aos processos de segurança. Pontuou, no entanto, que há a possibilidade de concessão de autorizações transitórias para algumas situações, desde que seja assinado um termo com o BC, no qual comprove que adotou medidas de governança e de segurança para operar transitoriamente e seja justificada a necessidade.
'Contas-laranja'
Galípolo ressaltou que a contenção é uma medida excepcional, devido à repetição de padrão nos ataques registrados recentemente. E afirmou queo reforço à segurança do SFN é um processo contínuo e que pretende anunciar novas medidas em breve. A autarquia, por exemplo, deve lançar medidas de segurança voltadas a coibir o uso de contas-laranja no SFN ao longo deste ano.
"A gente pretende também endereçar medidas que são relacionadas a isso, que vão estar entre essas novas medidas que a gente pretende, inclusive, fazer ao longo desse ano", disse Galípolo. Também presente na entrevista coletiva, o diretor de Regulação, Gilneu Vivan, explicou que há um desafio de tipificar adequadamente esse tipo de conta.
Galípolo acrescentou que o SFN está completamente hígido, e que não há riscos à sua estabilidade. Ele destacou que nenhuma ação será uma "panaceia" contra os ataques do crime organizado, e que é necessário ter um trabalho contínuo.
pretende em breve tipificar quais transações devem ser bloqueadas imediatamente no Sistema Financeiro Nacional (SFN), dificultando a ocorrência de fraudes. Mesmo agora, ele explicou, houve sucesso nos bloqueios em ataques hacker registrados nos últimos dias.
Bloqueio imediato
"A gente pretende também, em breve, falar sobre como deve ficar bastante claro o que é uma transação que deve ser bloqueada imediatamente. A gente quer deixar bastante claro, inclusive com possibilidade de algum tipo de penalidade pra quem não fizer o devido bloqueio", ele disse, em uma entrevista coletiva sobre novas medidas de segurança lançadas pelo BC.
O banqueiro central explicou que a limitação adotada pela autarquia nas transações de Pix e TED de instituições de pagamento (IPs) não autorizadas ou que se conectam à Rede do Sistema Financeiro Nacional via Prestadores de Serviços de Tecnologia da Informação (PSTI) - de R$ 15 mil por transação - não será apenas regulatória. Haverá uma trava no próprio sistema do BC que impedirá movimentações maiores, ele disse.
Galípolo acrescentou que esse bloqueio tem caráter "excepcional". Segundo a autoridade, a limitação poderá ser removida quando o participante e seu respectivo PSTI atenderem aos novos processos de controle de segurança.