São Paulo, 02/09/2025 - Parlamentares bolsonaristas intensificaram ataques ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), durante a leitura do relatório que abriu o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de sete ex-auxiliares por tentativa de golpe de Estado, nesta terça-feira, 2. Nas redes sociais, eles também convocaram "manifestações democráticas" para o próximo
7 de setembro.
O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, foi um dos primeiros a reagir. Utilizando a hashtag em inglês #BolsonaroFree, chamou Moraes de “violador de direitos humanos” e acusou o ministro de conduzir um julgamento “teatral”. Para ele, os argumentos da defesa teriam consistência, enquanto a acusação revelaria uma “forçada narrativa”.
Na mesma linha, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) ampliou a retórica ao comparar o pai ao capitão Alfred Dreyfus, oficial judeu do Exército francês condenado injustamente por traição no século 19. “Jair Bolsonaro é o novo Caso Dreyfus, um dos maiores escândalos de erro judiciário no mundo. A História vai colocar os perseguidores em seu devido lugar. O processo é viciado, manipulado, com julgadores políticos anti-Bolsonaro. O justiçamento fere de morte a democracia que eles dizem defender. Não vamos desistir do Brasil jamais!”, escreveu.
No mesmo tom, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) compartilhou um trecho bíblico sobre a misericórdia divina de maneira simultânea ao início do processo jurídico. Ela publicou versículos do Salmo 100, que exaltam a bondade eterna de Deus e a fidelidade transmitida de geração em geração, destacando "a importância do louvor e da gratidão ao Senhor".
O discurso de defesa do ex-presidente ganhou contornos ainda mais emocionais na fala do vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), que exaltou o pai. Segundo ele, Bolsonaro não seria apenas motivo de orgulho para os filhos, mas também uma inspiração para famílias brasileiras. Carlos descreveu a postura do ex-presidente diante das “injustiças” e da “perseguição” como exemplos de coragem e amor à nação, reforçando a narrativa de líder mítico associado à “verdade” e à “liberdade”.
Outros parlamentares seguiram a mesma trilha. A deputada Bia Kicis (PL-DF) afirmou que pessoas que, segundo ela, “saquearam o País” estariam em festa com o julgamento, que classificou como o “mais vergonhoso da história”. Para a deputada, o líder da direita estaria sendo humilhado junto de seus aliados e familiares, e a data deveria ser lembrada como um “Dia da Infâmia”.
Em tom de mobilização, o senador Rogério Marinho (PL-RN) reforçou o chamado às ruas. Disse que o Brasil não ficará em silêncio e que, em 7 de setembro, haverá uma grande manifestação democrática em defesa da justiça, da liberdade e da anistia.