Facebook Viva Youtube Viva Instagram Viva Linkedin Viva

Ex-coordenador do INSS é preso após depoimento na CPMI que apura fraude

Waldemir Barreto / Agência Senado

Parlamentares apontaram contradições no depoimento de Jucimar Fonseca, que levaram à determinação da prisão - Waldemir Barreto / Agência Senado
Parlamentares apontaram contradições no depoimento de Jucimar Fonseca, que levaram à determinação da prisão
Por Emanuele Almeida

02/12/2025 | 09h06

São Paulo, 02/12/2025 - O ex-coordenador-geral de pagamentos e benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Jucimar Fonseca, foi preso na madrugada desta terça-feira, 2, após os parlamentares apontarem contradições ditas pelo depoente e sua recusa anterior em prestar explicações.

O ex-coordenador foi convocado para explicar as razões pelas quais apoiou a liberação de descontos em massa na folha de pagamento de aposentados e pensionistas, mesmo com parecer contrário do Ministério Público. Diante das contradições, o presidente do colegiado, senador Carlos Viana (Podemos-MG), determinou que a Polícia Legislativa efetuasse a prisão, após nove horas de seu depoimento.

Leia também: INSS cria comitê para reduzir fila de 2,8 milhões de pedidos

Fonseca já havia se negado a comparecer em duas convocações anteriores. Neste encontro, a Polícia Legislativa conduziu o depoente à sessão; contrariado, ele criticou a forma como foi levado à comissão em condução coercitiva.

Durante a sessão, ele negou ter conquistado o cargo no INSS por indicação política, assim como negou ter recebido propina para assinar parecer técnico favorável a descontos de entidades como a Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer).

"Nunca assinei autorização de pagamento, porque eu não era ordenador de despesa para pagamento de entidade. Eu acompanhava, mas quem assinava as autorizações de pagamento era o chefe da Divisão de Consignações e o diretor de Benefícios", afirmou.

Leia também: INSS é alvo de fraudes desde sua criação nos anos 90; relembre alguns casos

Contudo, Fonseca confirmou que, entre 2022 e 2024, as somas dos descontos associativos do INSS cresceram consecutivamente. Nesse período, os valores partiram de R$ 1,6 bilhão e chegaram a R$ 3,5 bilhões.

Durante a sessão, Fonseca afirmou que não viu irregularidade em suas ações e disse que somente a partir de 2023 passou a emitir pareceres técnicos sobre acordos de cooperação técnica entre o INSS e entidades associativas, que permitem o desconto de mensalidades em benefícios previdenciários — o que foi debatido pela comissão, que apontou que desde 2021 ele já desempenhava a atividade.

Prorrogação de prazo

Outro depoente previsto para a segunda-feira, 1, Sandro Temer de Oliveira, não compareceu à CPMI. Ele está preso em Aracaju (SE) e teve habeas corpus concedido pelo ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal.

Antes da prisão de Fonseca, Carlos Viana afirmou que vai pedir a prorrogação dos trabalhos da comissão até maio de 2026 por conta dos desdobramentos da investigação que ainda precisam ser apurados.

Comentários

Política de comentários

Este espaço visa ampliar o debate sobre o assunto abordado na notícia, democrática e respeitosamente. Não são aceitos comentários anônimos nem que firam leis e princípios éticos e morais ou que promovam atividades ilícitas ou criminosas. Assim, comentários caluniosos, difamatórios, preconceituosos, ofensivos, agressivos, que usam palavras de baixo calão, incitam a violência, exprimam discurso de ódio ou contenham links são sumariamente deletados.

Gostou? Compartilhe

Últimas Notícias