Governo fará balanço de seis meses do consignado privado, diz Haddad

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O ministro Fernando Haddad deu entrevista ao canal Nath Finanças - Reprodução Instagram
O ministro Fernando Haddad deu entrevista ao canal Nath Finanças

Por Flávia Said e Francisco Carlos de Assis, da Broadcast

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Publicado em 23/07/2025, às 08h37

Brasília e São Paulo, 23/07/2025 - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o governo está terminando um balanço de seis meses do Crédito do Trabalhador, o programa de empréstimo consignado para trabalhadores do setor privado. Ele disse que o "sucesso" do programa será levado para a mesa do presidente Lula nos próximos dias. As declarações foram dadas em entrevista à influenciadora Nath Finanças, gravada na última sexta-feira, 18, em São Paulo, e publicada na terça-feira, 22.

"Nós estamos neste momento terminando o balanço de seis meses do Crédito do Trabalhador. E os próprios bancos reconheceram que os abusos foram muito grandes em relação ao consignado do FGTS", disse Haddad.

Ele afirmou ainda que teve uma reunião esta semana com os bancos públicos em que as instituições financeiras informaram que ocorreram muitas trocas de dívidas. "O cara trocou uma dívida de CDC sem garantia de 5,5%, 6%, por uma dívida com garantia, que é o consignado, por 2,5%. Então, a prestação (mensal) do cara caiu a menos da metade", argumentou.

Haddad também disse que o governo criou o programa para tirar o trabalhador de uma "armadilha", como chamou o consignado do saque-aniversário do FGTS e considerou que ele tem sido importante para o celetista.

Teto e uso do saldo do FGTS

Sobre a instituição de um teto para os juros do consignado privado, Haddad disse que isso ainda está sendo avaliado, conforme a experiência dos primeiros meses do programa.

"Se tiver muita concorrência, faz sentido ter um teto como tem no consignado do INSS e como tem no consignado do servidor público", defendeu. Mas ele ponderou que há variáveis que precisam ser levadas em conta e que não se aplicam ao aposentado e ao servidor público, como a saúde financeira da empresa e o histórico do trabalhador.

Outro item que Haddad disse que poderá ser analisado é o uso de até 10% do saldo do FGTS e a multa rescisória (40% em caso de demissão sem justa causa), hoje dado como garantia para o empréstimo consignado.

"Nós estamos muito preocupados com o fato da pessoa estar vendendo o FGTS dela, trazendo a valor presente uma prestação que ela vai receber dali a 10 anos, dali a 9 anos, dali a 12 anos. E quando ela vai trazer, descontar o juro desse tempo todo, o banco dá para ela 30% do que ela tinha e fica com o saque-aniversário para ele, banco. E aí realmente é um dano social muito grande que está sendo causado."

Palavras-chave FGTS Haddad INSS Consignado

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