Antônio Cruz / Agência Brasil
Por Gabriel de Sousa, da Broadcast
redacao@viva.com.brBrasília, 05/08/2025 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, se emocionaram após o presidente detalhar como enfrentava a fome quando era metalúrgico, nas décadas de 1960 e 1970. O discurso de Lula durante a segunda reunião plenária do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), no Palácio do Planalto, foi interrompido diversas vezes por choros do petista.
"A Villares [antiga fábrica em que Lula trabalhou] não tinha refeitório. As pessoas iam comer no bar ou levavam marmita. Eu estava em uma situação tão precária que eu não tinha levado marmita. Eu fui para o bar e os companheiros, como você era novo de fábrica, ficavam oferecendo comida para você. Cada vez que eles colocavam um sanduíche de mortadela na boca, eu imaginava eu comendo aquele sanduíche. Eu ficava o tempo inteiro, com vergonha de dizer que estava com fome e voltava para trabalhar", disse Lula antes de chorar no púlpito do Palácio do Planalto.
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O presidente afirmou que a diminuição de desigualdades não ocorre se o tema não for transformado em causa política. Segundo o chefe do Executivo, a fome não é extinta a partir de políticas em que ele chamou de "quebra-galho".
Lula disse ainda que o cuidado com os mais pobres deve vir do coração e não da consciência de um governo. "Estamos provando que isso é uma responsabilidade do Estado", declarou.
"Se a gente deixar o governo e deixar uma coisa qualquer neste país, a fome volta outra vez. Não é prioridade. Não deveria ser um compromisso de um governo, deveria ser uma obrigatoriedade constitucional. Um governo que tiver uma pessoa passando fome tem que decapitar o presidente", afirmou Lula.
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