Lula: eu não sou um presidente progressista, sou presidente do Brasil

Marcelo Camargo/Agência Brasil

Lula voltou a defender que os dois se sentem à mesa para conversar sobre a relação entre os países - Marcelo Camargo/Agência Brasil
Lula voltou a defender que os dois se sentem à mesa para conversar sobre a relação entre os países

Por Cícero Cotrim e Gabriel de Sousa, da Broadcast

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Publicado em 17/07/2025, às 15h59
Brasília, 17/07/2025 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu, em uma entrevista à CNN International veiculada nesta quinta-feira, uma abordagem institucional em relação às tarifas anunciadas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. Ele negou que as posições políticas dos dois mandatários interfiram nesse processo.
"Eu não sou um presidente progressista, sou o presidente do Brasil", disse Lula, quando indagado sobre o impacto da ideologia nessa relação. "Eu não vejo o presidente Donald Trump como um presidente de extrema-direita, eu o vejo como o presidente dos Estados Unidos. Ele foi eleito pelo povo americano, não importa se eu gosto dele ou não."
O petista voltou a defender que os dois se sentem à mesa para conversar sobre a relação entre os países, mas afirmou que Trump não tem mostrado à disposição de fazer isso. "O Brasil não quer alimentar qualquer guerra ou participar de guerras, o Brasil quer paz e negociação", disse.
Falando sobre o Brics - grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, além de outros países do Sul Global -, Lula negou que haja qualquer intenção desse bloco de se distanciar do comércio com os Estados Unidos.
"O Brics não foi criado para brigar com país nenhum, o Brics foi criado para que possamos nos considerar igualmente, discutir as nossas questões de maneira pacífica", afirmou o petista. "Ninguém quer se livrar dos EUA, o que nós queremos e não ser reféns dos EUA. Nós queremos liberdade."
Lula afirmou que foi criado um "negociador", ao falar da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros anunciada pelo presidente dos EUA.
"Esta tarifa foi um erro, não foi bem pensada e foi aplicada na tabela errada, pois demoramos muito para negociar. Não podemos aceitar que um país tente ditar as regras a outro sem se sentar à mesa de negociações", disse Lula.
Lula disse o Brasil é uma nação que prioriza relações internacionais pacíficas. "Não temos brigas com nenhum país e não queremos".

Trump na COP30

O presidente também convidou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a comparecer à COP30, que será realizada em novembro em Belém (PA).
Na terça-feira, 15, o governo americano abriu uma investigação contra supostas "práticas desleais brasileiras" e, entre as acusações, estão um suposto avanço no desmatamento. Lula declarou a Amanpour que quer saber se os líderes globais estão "falando sério" sobre o tema. "O Brasil é o País que trata sobre mudança climática mais a sério", afirmou.
"Espero que o presidente Trump venha para a COP30, porque ela será no coração da Amazônia. Antes de tudo, queremos descobrir se os líderes estão falando sério, se estão realmente preocupados quando chegam à COP 30", disse Lula.

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