Ricardo Stuckert/PR
Por Isadora Duarte, do Broadcast
redacao@viva.com.brParis, 06/06/2025 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu há pouco em Paris o reconhecimento oficial da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) de que o Brasil é um país livre de febre aftosa sem vacinação. O certificado foi entregue pela presidente da Omsa, Emmanuelle Soubeyran, a Lula em cerimônia em Paris. O novo status sanitário foi aprovado durante a 92ª Assembleia da Organização realizada no último dia 29 em Paris, na França. “Isso aqui é medalha de ouro”, disse Lula.
O presidente destacou que o agronegócio e a pecuária são as principais vertentes econômicas, e não só um “quebra-galho”. “É um dia histórico por merecimento de cada um de vocês que entenderam que, se a gente quer competir, a gente tem de ser o melhor. A gente quer produzir a melhor carne, a gente quer produzir a carne mais saudável, e a gente quer disputar os mercados do mundo inteiro com quem quer que seja”, disse o presidente.
Segundo Lula, o crescimento da agricultura pode fazer com que o Brasil cresça mais que 3,4%, em referência ao índice do PIB de 2024. O petista disse que os dados do crescimento econômico no primeiro trimestre mostram que o Brasil pode “surpreender o mundo crescendo acima da média”.
O Brasil se declarou livre da febre aftosa sem vacinação há um ano, após o fim da última imunização contra a doença. A certificação pela OMSA exige a suspensão da vacinação contra a febre aftosa e a proibição de ingresso de animais vacinados nos Estados por, pelo menos, 12 meses antes da mudança do status sanitário, o que foi cumprido pelo País.
Agora, com o certificado da OMSA, o Brasil tem o reconhecimento internacional do máximo status sanitário. O governo e o setor produtivo avaliam que o novo status sanitário deve permitir o acesso das carnes brasileiras a mercados mais exigentes, como o Japão e Coreia do Sul.
Ao todo, mais de 244 milhões de bovinos e bubalinos em cerca de 3,2 milhões de propriedades deixaram de ser vacinados contra a doença, processo iniciado há mais de 50 anos, segundo informações do Ministério da Agricultura. A última ocorrência da doença em território nacional foi em 2006, seguida da implementação de zonas livres de febre aftosa.Até então, somente os estados de Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Acre, Rondônia e partes do Amazonas e do Mato Grosso tinham o reconhecimento internacional de zona livre de febre aftosa sem vacinação pela OMSA.
O Brasil iniciou as campanhas para erradicação da doença na década de 1960. Desde lá, o País foi avançando gradativamente tanto no controle da doença quanto na retirada de vacinação nos Estados até alcançar hoje o status sanitário máximo. O Brasil alcançou o reconhecimento internacional com o novo status sanitário um ano antes do previsto no Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa (PNEFA). lançado em 2017.
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandonsky, participam da cerimônia. Acompanham o evento o governador do Maranhão, Carlos Brandão, o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Roberto Perosa; da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin; presidente da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), Paulo Mustefaga; o presidente do Conselho de Administração da Marfrig, Marcos Molina; o presidente da Friboi, Renato Costa; presidente da Seara, João Campos, entre outros empresários da indústria brasileira e do setor exportador.
*A jornalista viaja a convite da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec)
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