Brasília, 25/09/2025 - O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, repetiu, nesta quinta-feira, que é o momento de se mudar a escala de trabalho 6x1, mas ponderou que essa decisão depende do Congresso Nacional.
"Eu defendo que reduza para 40 horas semanais, saindo das 44 horas semanais. E defendo que se encontre um jeito de acabar com a escala 6x1."
Marinho declarou que a população precisa se mobilizar e pressionar os Congressistas para que isso aconteça. Para ele, sem pressão e com a atual composição do Legislativo, é improvável haver avanços nesse tema.
"Se tiver uma mobilização dirigida, com massa, com vigor, de rua, é possível que o Congresso Nacional venha atender esse clamor da classe trabalhadora", declarou. "Se amenizar a mobilização, na minha avaliação, esse perfil de Congresso não atenderá essa reivindicação", completou.
Segundo ele, a solução seria através de acordos coletivos para garantir que se mantenha a atividade econômica. Para isso, precisaria da autorização inicial do Congresso, proibindo a escala 6x1. A fala aconteceu durante entrevista ao programa "Bom Dia, Ministro", da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
Mercado de trabalho
Na mesma ocasião, Marinho comentou que saldo do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de agosto deve crescer em ritmo mais lento que nos meses anteriores. Para o ano, Marinho repetiu que o Brasil deve ter um resultado positivo na casa de 1,5 milhão de novas vagas.
"Esse ano acho que está dado, vamos talvez ter um saldo da ordem de 1,5 milhão de empregos formais no Brasil. Porque em dezembro - muita gente não entende - o Caged deve ser negativo e não positivo."
O mercado de trabalho brasileiro criou 129.775 novos empregos formais em julho, segundo dados do Caged. Em junho, o saldo havia sido positivo em 162.388 vagas, já incorporando os ajustes na série. É o menor resultado para o mês de julho desde 2020.
O resultado do Caged de agosto será divulgado pela Pasta na próxima segunda-feira, 29. Segundo Marinho, os empregos no Brasil estão crescendo em um ritmo menor por conta da taxa Selic estar em 15%. Ele repetiu que é necessário que o Banco Central inicie um ciclo de cortes de juros.
"É evidente que o final do ano sempre tem as compras natalinas, mas esse ambiente dos juros altos é um impeditivo para a gente olhar um trimestre mais vigoroso", declarou, afirmando que o trimestre deve ser positivo e que o "PIB está garantido".
Marinho já havia dito à Broadcast que a taxa de juros no Brasil deve levar a geração de empregos em 2025 a ficar abaixo do registrado em 2024, quando o saldo de empregos formais ficou em 1,7 milhão.