Por Aline Bronzati, da Broadcast
[email protected]Nova York, 11/07/2025 - Paul Krugman, economista norte-americano, vencedor do Nobel de Economia de 2008, voltou a criticar a taxação de 50% aos produtos brasileiros que entrarem nos Estados Unidos a partir de agosto. Depois de defender o impeachment do presidente dos EUA, Donald Trump, pelo que fez, ele afirma que o republicano infringiu a lei.
"Outro dia escrevi sobre a tarifa de Trump sobre o Brasil, que é, como eu disse, maligna e megalomaníaca. Mas esqueci de apontar que é flagrantemente ilegal", escreveu Krugman, em texto publicado nesta sexta-feira.
De acordo com ele, a lei americana permite ao presidente impor tarifas a outros países sem legislação adicional. No entanto, esse poder não é ilimitado. "As tarifas só podem ser impostas por razões específicas", explica o Nobel.
Dentre possíveis motivadores para taxações, Krugman menciona a Seção 201, em caso de disrupções de mercado, a Seção 232, que trata da questão de segurança nacional, e a Seção 301, que endereça práticas desleais. Ele cita ainda razões como direitos antidumping e emergência econômica internacional, ou seja, em momentos de crise. "Trump abusou enormemente de todas essas justificativas, especialmente a última. Não há emergência econômica. Segundo o próprio Trump, as coisas estão ótimas", diz.
O vencedor do prêmio Nobel de 2008 reforça ainda que a tarifa sobre o Brasil não está relacionada com questões econômicas, mas é uma tentativa de interferir na política de outro país. Para Krugman, a carta de Trump ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é uma 'confissão' de que o republicano está impondo uma tarifa por razões não econômicas.
Ele também critica análises publicadas na imprensa de que Trump estaria "testando os limites de sua autoridade". Um grupo pequeno de parlamentares democratas disse que a ameaça de Trump foi um sinal de "abuso de poder". "Não, Trump não está 'estando os limites de sua autoridade' ou algum outro eufemismo. Ele está infringindo a lei. Ponto final. E deve ser noticiado dessa forma", conclui Krugman.
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