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SP confirma 11ª morte por metanol; veja avanço das investigações

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As investigações indicam que a adulteração envolveu bebidas destiladas - Envato
As investigações indicam que a adulteração envolveu bebidas destiladas

Por Joyce Canele

redacao@viva.com.br
18/12/2025 | 16h33

São Paulo, 18/12/2025 - O Estado de São Paulo confirmou na última quarta-feira (17) a 11ª morte provocada pela ingestão de bebida alcoólica adulterada com metanol. O caso mais recente é o de um homem de 62 anos, morador de São Bernardo do Campo, que morreu no início de dezembro após consumir bebida destilada contaminada.

A confirmação veio por um boletim divulgado pelo governo paulista, e ocorre em meio a um balanço que aponta 51 casos registrados em São Paulo e reforça a gravidade de um surto que mobilizou autoridades de saúde, segurança pública e órgãos de fiscalização em todo o País.

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A vítima, Eduardo Barbosa, passou mal no dia anterior ao óbito e foi levada ao hospital pelo irmão, o caso foi inicialmente registrado como morte suspeita, e exames do Instituto Médico Legal foram solicitados para esclarecer as causas. A Secretaria da Segurança Pública informou que a investigação segue em curso.

Além das 11 mortes já confirmadas em São Paulo, outros quatro óbitos ainda são investigados no Estado, ocorridos em Guariba, São José dos Campos e Cajamar.

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O que é o metanol e por que mata?

O metanol é um álcool de uso industrial, empregado na fabricação de solventes e produtos químicos. Quando ingerido, é altamente tóxico.

No organismo, é metabolizado pelo fígado em substâncias que atacam o sistema nervoso central e o nervo óptico, podendo causar cegueira, coma, insuficiência renal e pulmonar, além de levar à morte.

Com a queda no número de novos casos, o Ministério da Saúde anunciou, em 8 de dezembro, o encerramento da Sala de Situação criada para enfrentar o surto.

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Segundo a pasta, o último caso confirmado teve início dos sintomas em 23 de novembro, e o cenário atual é de estabilidade epidemiológica.

Durante o período de monitoramento intensivo, o governo federal distribuiu antídotos aos Estados, incluindo 1.500 ampolas de fomepizol e mais de 4.800 unidades de etanol, além de manter um estoque estratégico nacional. 

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Panorama nacional do surto

Entre 26 de setembro e 5 de dezembro de 2025, foram registradas 890 notificações relacionadas à intoxicação por metanol no País.

Desses registros, 73 casos foram confirmados e 788 descartados. Ao todo, 22 mortes foram confirmadas nacionalmente, com maior concentração em São Paulo, Pernambuco, Paraná e Mato Grosso.

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São Paulo permanece como o principal epicentro do surto, com 578 notificações e 50 casos confirmados.

Investigação criminal e repressão

Diante da gravidade do caso, o Ministério da Justiça determinou a abertura de inquéritos pela Polícia Federal, em 30 de setembro, para apurar a origem do metanol e a possível existência de uma rede de distribuição interestadual.

As investigações indicam que a adulteração envolveu bebidas destiladas consumidas em ambientes sociais, como bares, e não apenas produtos de origem clandestina.

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Operações conjuntas da Polícia Federal, Receita Federal e Ministério da Agricultura resultaram na apreensão de mais de 1 milhão de litros de bebidas alcoólicas irregulares, no fechamento de estabelecimentos e na fiscalização de empresas do setor sucroalcooleiro e importadores de metanol.

Alerta ao consumidor

Órgãos de defesa do consumidor requisitaram informações de bares, distribuidores e varejistas sobre a origem, o armazenamento e a comercialização das bebidas suspeitas.

O objetivo é rastrear os produtos, evitar novos focos de contaminação e garantir a retirada imediata de bebidas adulteradas do mercado.

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As autoridades reforçam que deve procurar atendimento médico imediato qualquer pessoa que apresente sintomas, após o consumo de bebida alcoólica, de:

  • Náusea intensa;
  • Dor abdominal;
  • Visão turva; ou
  • Confusão mental.

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Palavras-chave metanol bebida casos morte

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