Brasil desenvolve exame inovador para diagnóstico precoce do Alzheimer; veja

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Isso é um grande passo para o diagnóstico precoce, especialmente em regiões com poucos recursos - Foto: Envato Elements
Isso é um grande passo para o diagnóstico precoce, especialmente em regiões com poucos recursos

Por Joyce Canele

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Publicado em 15/05/2025, às 08h14

Um novo exame desenvolvido no Brasil promete transformar o diagnóstico da Doença de Alzheimer (DA). Com precisão de até 94%, o teste analisa uma amostra de sangue para identificar alterações específicas ligadas à doença.

Os resultados fazem parte de um estudo publicado na revista científica Nature Communications em 2025, liderado por pesquisadores do Instituto D'Or de Pesquisa e Ensino (IDOR). O estudo analisou 145 pessoas idosas brasileiras, divididas entre indivíduos saudáveis, com comprometimento cognitivo leve, Alzheimer e outros tipos de demência.

O destaque foi a detecção da proteína pTau217 no sangue, um dos principais marcadores do Alzheimer. Isoladamente, essa proteína apresentou uma acurácia de 94% na identificação da doença.

Quando combinada com outro marcador, o Aβ42 (beta-amiloide), a precisão sobe para impressionantes 98% . Esse tipo de exame é promissor porque é simples, acessível e seguro. Ele usa uma amostra de sangue para detectar sinais da doença que antes só eram possíveis com exames mais caros e difíceis de fazer, como o PET scan ou a coleta de líquor. Além disso, o teste também demonstrou ser eficaz em prever a progressão do quadro clínico de pessoas com risco de desenvolver Alzheimer.

Os pesquisadores afirmam que a pTau217 se mostrou mais sensível que outros biomarcadores testados, como a pTau181 e o tTau. Também foi observado que pacientes com níveis elevados de pTau217 e GFAP — outro marcador associado à inflamação no cérebro — apresentavam pior desempenho em testes de memória.

Para um país como o Brasil, onde mais de 70% dos casos de demência permanecem sem diagnóstico, esse tipo de teste pode facilitar o acesso à detecção precoce da doença, especialmente em regiões com poucos recursos.

A expectativa é que, com mais validações, o exame do Alzheimer possa ser adotado amplamente no sistema de saúde. Esse avanço representa esperança para milhares de famílias e reforça o papel da ciência nacional no enfrentamento de doenças ligadas ao envelhecimento.

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