Foto: Envato Elements
Por Beatriz Duranzi
[email protected]São Paulo, 02/07/2025 - Um grupo da Queen Mary University of London identificou que a cafeína atua sobre a proteína AMPK, uma espécie de “medidor de combustível” das células. Quando os níveis de energia celular caem, a AMPK regula processos vitais como reparo do DNA, controle de crescimento e respostas ao estresse, fatores diretamente ligados ao envelhecimento e ao surgimento de doenças. O estudo foi publicado esta semana na revista científica Microbial Cell.
Em trabalhos anteriores, a mesma equipe já havia mostrado que a cafeína interfere no caminho TOR (Target of Rapamycin), regulador que informa às células quando crescer. O novo achado revela que essa ação acontece indiretamente, por meio da ativação da AMPK, sinalizando que a cafeína “comanda” uma cadeia de eventos celulares que podem favorecer maior longevidade.
Além disso, tanto a AMPK quanto o TOR são alvos de medicamentos com potencial antienvelhecimento, como metformina (usada no diabetes) e rapamicina, ambos investigados por seus efeitos na longevidade.
Embora o consumo moderado de café seja amplamente associado à redução de riscos como demência, doença de Parkinson e diabetes tipo 2, o estudo aponta uma nuance: em leveduras, a cafeína pode, em alguns casos, impedir que células com DNA danificado parem de multiplicar-se, o que aumenta sua vulnerabilidade. Esse efeito adverso, embora observado em modelo celular, ressalta a complexidade e a necessidade de mais pesquisas antes de afirmações definitivas para o consumo humano.
A cafeína pode desacelerar o envelhecimento celular ao ativar o sensor AMPK, um mecanismo central no equilíbrio energético das células. Embora os dados sejam promissores e reforcem a reputação do café como bebida funcional, ainda é preciso cautela: os efeitos observados em leveduras precisam ser confirmados em estudos humanos. Por ora, uma ou duas xícaras por dia parecem um bom aliado, com moderação e atenção ao equilíbrio geral da saúde.
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