Foto: Envato Elements
Por Beatriz Duranzi
[email protected]Um estudo recente publicado no Annals of Internal Medicine identificou um aumento alarmante nos casos de câncer de apêndice entre pessoas da Geração X (nascidas entre 1976‑1984) e Millennials (nascidas entre 1981‑1989), em comparação com o grupo nascido entre 1941 e 1949.
Usando dados do programa SEER do Instituto Nacional do Câncer nos EUA, pesquisadores analisaram 4.858 diagnósticos entre 1975 e 2019 e confirmaram que:
Como observa a Dra. Andreana Holowatyj, autora principal e oncologista em Vanderbilt, “é algo alarmante de modo geral” e requer maior atenção de médicos e do público.
Embora ainda seja considerado raro, afetando entre 1 e 2 pessoas por milhão por ano nos EUA, o aumento em adultos jovens sinaliza uma tendência inquietante. O câncer é geralmente descoberto por acaso após cirurgia de apendicite, já que não há protocolo de rastreamento específico. Muitas vezes, chega tardiamente: até metade dos casos só é diagnosticada após o tumor já ter se espalhado.
O estudo descarta avanços diagnósticos como causa principal, já que as taxas de apendectomia permaneceram estáveis. Em vez disso, especialistas apontam para fatores ambientais e de estilo de vida, incluindo obesidade, dieta pobre, sedentarismo, uso de antibióticos, poluição e alterações no microbioma, que podem estar influenciando essas novas gerações.
Como o apêndice está ligado ao intestino grosso, os sinais podem ser sutis e confundidos com problemas mais comuns:
Como não há exames preventivos específicos, o ideal é que diante de sintomas persistentes, especialmente em adultos jovens, se procure orientação médica.
O tratamento padrão inclui apendicectomia seguida de quimioterapia se houver metástase. Como destaca Holowatyj, se o apêndice romper, células tumorais podem se espalhar por toda a cavidade abdominal, diminuindo significativamente as chances de cura.
A taxa de sobrevida em cinco anos varia entre 10% e 63%, dependendo do estágio e subtipo da doença.
Médicos: precisam considerar o câncer de apêndice em adultos jovens com sintomas gastrointestinais persistentes e para o público: atenção redobrada a sinais incomuns e insistentes, “conheça seu corpo e não ignore mudanças”, enfatiza Holowatyj.
Política de comentários
Este espaço visa ampliar o debate sobre o assunto abordado na notícia, democrática e respeitosamente. Não são aceitos comentários anônimos nem que firam leis e princípios éticos e morais ou que promovam atividades ilícitas ou criminosas. Assim, comentários caluniosos, difamatórios, preconceituosos, ofensivos, agressivos, que usam palavras de baixo calão, incitam a violência, exprimam discurso de ódio ou contenham links são sumariamente deletados.