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Por Joyce Canele
redacao@viva.com.brSão Paulo, 01/08/2025 - Neste dia 1º de agosto, data marcada pelo Dia Mundial de Combate ao Câncer de Pulmão, especialistas reforçam a urgência de atenção à prevenção, diagnóstico precoce e tratamento da doença que mais mata entre os tipos de câncer no mundo. No Brasil, o cenário é igualmente preocupante.
Segundo um estudo do Instituto Nacional do Câncer (INCA) de 2022, estimou-se que, entre 2023 e 2025, cerca de 32.300 novos casos seriam registrados anualmente.
O principal fator de risco segue sendo o tabagismo, responsável por aproximadamente 90% dos diagnósticos. Fumantes têm até 20 vezes mais chances de desenvolver a doença.
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A oncologista Mariana Laloni, diretora médica da Oncoclínicas&Co, chama a atenção para os sintomas iniciais que muitas vezes são negligenciados.Como:
Segundo a médica, sinais mais sutis, como perda de peso e fraqueza, também merecem atenção.
Em cerca de 15% dos casos, o câncer de pulmão é descoberto de forma incidental, por exames feitos para outras finalidades. Isso reforça a importância de investigar qualquer sintoma de maneira precoce”
O câncer de pulmão se apresenta em dois tipos principais:
Este último responsável por 85% dos casos. Dentro dessa categoria, o adenocarcinoma é o mais comum, acometendo cerca de 40% dos pacientes. A definição do tipo é essencial para guiar o tratamento mais adequado.
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Nos últimos anos, os avanços da medicina têm mudado o panorama do enfrentamento ao câncer de pulmão. O tratamento deixou de ser limitado à quimioterapia e radioterapia convencionais.
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A combinação de estratégias, como terapias locais e sistêmicas, tem aumentado as chances de controle da doença. Em casos onde a cirurgia não é indicada, a radioterapia pode ser usada isoladamente para reduzir sintomas e melhorar a qualidade de vida.
Entre as inovações, a imunoterapia tem se destacado como um divisor de águas. A abordagem visa estimular o sistema imunológico a identificar e combater as células cancerígenas, que normalmente conseguem se “camuflar” para evitar serem atacadas.
“A imunoterapia funciona como uma chave que destrava o sistema de defesa e ajuda o corpo a reconhecer e destruir os tumores. É uma estratégia que já se tornou padrão no tratamento não só do câncer de pulmão, mas também de outros tipos, como melanoma, rim e câncer de mama triplo negativo”, destaca Laloni.
Apesar dos avanços científicos, a principal arma contra o câncer de pulmão ainda é a prevenção. Abandonar o tabagismo é a forma mais eficaz de evitar a doença e outras complicações sérias, como:
E o combate ao cigarro ganha novos desafios com a crescente popularidade dos dispositivos eletrônicos de fumo, como os vapes. Esses produtos, muitas vezes vistos como inofensivos, têm atraído adolescentes e jovens adultos, reacendendo um hábito que vinha diminuindo nas últimas décadas.
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Deixar de fumar gera benefícios já nos primeiros minutos:
E com o passar dos meses e anos, o risco de doenças graves, como infarto e câncer, cai drasticamente. Em 15 anos, o risco de câncer de pulmão pode ser equivalente ao de quem nunca fumou.
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Para marcar o mês de conscientização, a Oncoclínicas&Co lançou a campanha “Cuidar sem Limites”, com o slogan “0% de fumaça é cuidar 100% da saúde”. A ação promove conteúdos informativos e convida fumantes a participar de um programa de 21 dias para abandonar o cigarro.
A iniciativa terá presença nas redes sociais, em ambientes físicos e na grande mídia, com o objetivo de estimular a população a experimentar os benefícios da vida sem tabaco.
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Neste Dia Mundial de Combate ao Câncer de Pulmão, a mensagem é clara: a prevenção começa pelo abandono do cigarro em todas as suas formas. O diagnóstico precoce e o acesso às novas terapias podem fazer toda a diferença no caminho da recuperação.
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