Foto: Envato Elements
Por Joyce Canele
[email protected]São Paulo, 07/06/2025 - A endometriose é uma condição de saúde que atinge milhões de mulheres, principalmente em idade fértil. Ela ocorre quando células semelhantes às do endométrio (tecido que reveste o interior do útero) se desenvolvem fora dele, como nos ovários, nas trompas ou na cavidade abdominal.
Em vez de serem eliminadas na menstruação, essas células se instalam em outros órgãos e continuam reagindo aos hormônios do ciclo menstrual, gerando inflamação, dores intensas e, em alguns casos, infertilidade.
Embora as causas da doença ainda não sejam totalmente compreendidas pela medicina, sabe-se que a endometriose tem relação com alterações hormonais e imunológicas, além de fatores genéticos.
Segundo o Ministério da Saúde, os sintomas podem variar, mas a dor é o sinal mais comum e, muitas vezes, debilitante. As mulheres relatam cólicas menstruais tão intensas que impedem a realização de tarefas do dia a dia.
Também é comum sentir dor durante a relação sexual, ao urinar ou evacuar, especialmente durante o período menstrual. Outros sinais incluem fadiga constante, diarreia e dificuldade para engravidar. Cerca de 4 em cada 10 mulheres com endometriose enfrentam problemas de fertilidade.
O diagnóstico começa com a consulta ginecológica. O exame clínico é o primeiro passo, mas a confirmação exige exames de imagem, como ultrassonografia e ressonância magnética. Em alguns casos, é necessária uma biópsia para comprovar a presença da doença.
A endometriose pode se espalhar e atingir diversos órgãos na região pélvica e abdominal. Quando afeta os ovários, pode formar cistos chamados endometriomas.
A bexiga, o intestino e até o apêndice também podem ser comprometidos, o que agrava os sintomas e aumenta os riscos de complicações.
O tratamento depende da gravidade da doença, da idade da paciente e do desejo de engravidar. Em muitos casos, medicamentos que interrompem o ciclo menstrual ajudam a controlar a progressão da doença.
Cirurgias para retirada das lesões também são indicadas, principalmente quando há comprometimento de órgãos. Para mulheres que não desejam mais ter filhos, a remoção dos ovários e do útero pode ser considerada.
Embora ainda não exista uma forma garantida de prevenir a endometriose, o acompanhamento ginecológico regular é fundamental para o diagnóstico precoce e para evitar o agravamento da condição. É importante também desconstruir a ideia de que sentir cólicas intensas é normal e o mais importante a dor não deve ser ignorada.
Buscar ajuda médica assim que os primeiros sintomas aparecerem é o melhor caminho para preservar a saúde e a qualidade de vida. Quanto mais cedo a endometriose for identificada, maiores as chances de um tratamento eficaz.
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