Endometriose na menopausa é possível?

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O tratamento da endometriose após a menopausa ainda é motivo de debate entre os médicos - Foto: Adobe Stock
O tratamento da endometriose após a menopausa ainda é motivo de debate entre os médicos

Por Joyce Canele

redacao@viva.com.br
Publicado em 20/06/2025, às 10h57

A endometriose, conhecida por ser uma doença inflamatória que depende da presença do estrogênio e caracteriza-se pelo crescimento anormal do tecido endometrial fora do útero, não se limita apenas às mulheres em idade reprodutiva.

Apesar da crença antiga de que a doença desaparece ou não ocorre após a menopausa, um estudo recente publicado no National Library Of Medicine, mostram que a endometriose pode sim afetar mulheres nessa fase da vida, incluindo casos novos ou recorrentes.

Durante a menopausa, os ovários deixam de produzir estrogênio, mas o corpo ainda consegue produzir esse hormônio em pequenas quantidades, principalmente na gordura e na pele. Esse estrogênio pode, em alguns casos, ativar focos antigos ou silenciosos de endometriose.

A endometriose é uma doença em que o tecido parecido com o do útero cresce fora dele, causando dor e outros sintomas. Mesmo sendo mais comum em mulheres em idade fértil, ela pode continuar ou até aparecer após a menopausa, especialmente em mulheres que fazem terapia de reposição hormonal (TRH) ou consomem muitos fitoestrógenos, substâncias naturais presentes em plantas, como a soja.

Na menopausa, a endometriose é rara, aparecendo em cerca de 2 a 5% dos casos. Muitas vezes, os sintomas são confusos, como dor pélvica, cistos nos ovários ou problemas intestinais, e podem ser confundidos com tumores. Por isso, o diagnóstico pode ser difícil e exige exames de imagem e, em alguns casos, cirurgia com biópsia.

Mesmo com menos hormônio no corpo, a endometriose pode causar dor e afetar a qualidade de vida, em casos raros, pode atingir órgãos fora da pelve, como intestinos, bexiga, fígado ou pulmões, o que torna o diagnóstico ainda mais complicado.

O tratamento da endometriose após a menopausa ainda é motivo de debate entre os médicos. O uso de TRH pode aumentar o risco de a doença voltar ou piorar, mas não há consenso. Por isso, cada caso deve ser avaliado com cuidado.

É muito importante que os profissionais de saúde fiquem atentos a essa possibilidade, mesmo em mulheres mais velhas ou sem histórico da doença, a endometriose pode aparecer. Com diagnóstico e tratamento corretos, é possível melhorar o bem-estar e evitar complicações.

Palavras-chave cuidados endometriose mulheres

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