Gripe: aumento de casos no Norte e Nordeste; idosos são mais afetados
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12/12/2025 | 11h06
São Paulo, 12/12/2025 - O boletim InfoGripe mais atual, divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), traz um alerta importante para as doenças respiratórias neste final de ano: embora a tendência nacional de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) esteja em declínio, o vírus Influenza A (gripe) mostra sinais de retorno e impulsiona o aumento de hospitalizações nos estados do Norte e Nordeste, além de Santa Catarina, na região Sul.
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A análise, referente ao período de 30 de novembro a 6 de dezembro de 2025 e divulgada na quinta-feira, 11, indica que o vírus da gripe é o responsável pela manutenção ou início do crescimento das internações no Amazonas, Pará, Tocantins, Bahia, Piauí e Ceará.
Regiões
O cenário brasileiro apresenta duas realidades diferentes neste momento. Enquanto o Norte e Nordeste veem a Influenza A ganhar força, o Sudeste e o Centro-Oeste observam uma queda nos casos graves de SRAG entre jovens, adultos e idosos, justamente pela diminuição da circulação do mesmo vírus.
No entanto, mesmo no Sudeste, a redução não é uniforme. Em estados como Espírito Santo e Rio de Janeiro, a diminuição das internações está ocorrendo em um ritmo mais lento do que em São Paulo.
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Em relação ao aumento dos casos no Norte e Nordeste, a pesquisadora do Programa de Computação Científica da Fiocruz e coordenadora do InfoGripe, Tatiana Portella, explica que os fatores que elevaram os casos ainda não foram identificados por se tratar de um crescimento bastante inicial.
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Gripe em idosos
Portella explica que, em relação às faixas etárias, as internações por influenza ocorrem nos dois extremos. “Principalmente crianças pequenas até 2 anos de idade, mas também na população idosa. Sendo que, nos idosos, nós observamos uma mortalidade maior desses casos”, destaca.
Outro ponto de atenção para os mais velhos ainda é a Covid-19. Apesar de os números gerais da doença ainda estarem baixos em comparação ao auge da pandemia, o coronavírus continua sendo um problema persistente. O boletim destaca que ele se mantém como uma das principais causas de hospitalização por SRAG entre os idosos.
Um dado alarmante que oferece contexto sobre a letalidade atual é a proporção de óbitos: nas últimas quatro semanas, embora a Covid-19 representasse apenas 12,1% dos casos positivos de vírus respiratórios, ela foi responsável por 40,5% dos óbitos notificados nesse grupo.
Isso sugere que, quando o vírus atinge populações vulneráveis, o risco de morte permanece desproporcionalmente alto. Em contrapartida, a Influenza A respondeu por 33% dos óbitos recentes.
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