Presidente da AMB defende que cuidar de pessoas 60+ é ato de cidadania

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3º Congresso de Medicina Geral da Associação Médica Brasileira oferece palestras sobre 54 especialidades e destaca, dentre outros temas, a saúde das pessoas 60+ - Divulgação/AMB
3º Congresso de Medicina Geral da Associação Médica Brasileira oferece palestras sobre 54 especialidades e destaca, dentre outros temas, a saúde das pessoas 60+
Por Bianca Bibiano [email protected]

Publicado em 24/07/2025, às 17h54

São Paulo, 24/07/2025 - A saúde das pessoas idosas foi um dos temas do primeiro dia do 3º Congresso de Medicina Geral da Associação Médica Brasileira (AMB), que começou nesta quinta-feira e acontece em São Paulo até o dia 26, com cerca de 3 mil participantes.
Em entrevista ao Viva, o médico César Eduardo Fernandes, presidente da AMB, destacou a importância de oferecer cuidados especiais a essa população, composta por indivíduos com perfis de saúde diversos. "Muitos chegam à velhice em condições bastante saudáveis, mas o indivíduo que atinge os 60 anos tem hoje expectativa de viver mais 20, e é esperado que viva esses anos com qualidade de vida, interagindo de forma assertiva e crítica com o ambiente ao seu redor."
"Precisamos orientar a população e os médicos para que gerenciem as comorbidades, como diabetes, hipertensão, e questões de saúde mental, entre outras, para que vivam com qualidade. Por isso, olhar as pessoas 60+ vai além da preocupação médica, é um ato de cidadania."

Troca de experiência

De acordo com Fernandes, o principal foco do evento é oferecer aos médicos chamados 'generalistas' o olhar das especialidades médicas, para que possam observar os pacientes de forma mais ampla na atenção primeira - não apenas idosos, mas de todas as idades.
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Nesse sentido, ele ressaltou que os médicos de atenção básica devem ter uma formação abrangente, incluindo conhecimentos de geriatria, para que possam identificar comorbidades que se agravam com o envelhecimento, como doenças degenerativas, metabólicas, psiquiátricas e oncológicas. "Precisamos estar atentos, pois a longevidade aumentou, principalmente entre as mulheres. É essencial prestar atenção a esse público de forma ampla."
Segundo a Demografia Médica no Brasil 2025, o País possui aproximadamente 640 mil médicos, dos quais 40% atuam sem uma especialidade específica, atendendo principalmente na atenção primária, nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e nos prontos-socorros. "Cerca de 90% dos casos são resolvidos na atenção primária, e apenas os 10% restantes são encaminhados a especialistas. Por isso, mesmo ao praticar sua especialidade, os médicos precisam ter conhecimento da medicina geral para compreender melhor seus pacientes", afirma o presidente da AMB.
Ainda segundo a organização do evento, as discussões abrangem 54 especialidades médicas, que selecionaram temas para oferecer palestras aos médicos generalistas, utilizando uma linguagem adequada ao profissional de atenção geral, sendo o único evento desse tipo no País. "Este é um congresso que atende a todos os médicos, pois, primeiramente, sou um médico, depois, sou um especialista. Caso contrário, formaríamos especialistas desde o início", conclui Fernandes.
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