Pessoas de até 49 anos lideram procura por transplante capilar

São Paulo, 10/06/2025 - O transplante capilar tem maior frequência entre pessoas abaixo dos 50 anos. De acordo com um censo de práticas cirúrgicas da International Society of Hair Restoration Surgery (ISHRS), mais da metade das pessoas que realizaram um transplante capilar em 2024 tinham até 49 anos de idade. Entre pessoas que buscaram esse tipo de procedimento pela primeira vez, a vasta maioria (95%) tinha entre 20 e 35 anos. O levantamento, divulgado em maio, considera dados de um questionário feito com profissionais e organizações cadastradas na ISHRS em diferentes continentes.

Segundo a pesquisa, quando analisados dados de pessoas acima de 50 anos de idade, as mulheres apareceram em maior destaque: 17,7% dos transplantes registrados em 2024 foram feitos em mulheres com idade entre 50 a 59 anos, enquanto homens nessa faixa etária representaram 15,6% do total. Acima de 60 anos, 10,1% eram mulheres e 7,9% homens.

Para 90% das pessoas que passaram por um transplante capilar, o objetivo era se tornar mais atraente, enquanto 62,7% citaram a necessidade de parecer mais jovem no mercado de trabalho. O terceiro motivo mais citado foi melhorar a aparência para fazer fotos em um evento social importante, com um casamento. Questionados sobre a procura de transplantes capilares em pessoas transgêneros, 39,8% dos profissionais indicaram que houve um aumento em relação ao estudo prévio, de 2021.

Anna Cecília Andriolo, dermatologista e presidente da  Associação Brasileira de Cirurgia da Restauração Capilar (ABCRC), diz que o movimento no Brasil acompanha a tendência global. Dados nacionais do Censo 2023 da ABCRC apontam que, entre os homens, a faixa etária de maior procura pelo transplante capilar está entre 30 e 39 anos, com 40% dos atendimentos. Entre 40 e 49 anos são 30% e de 50 a 59 anos são 10%. Já entre as mulheres, 20% têm idade entre 50 e 59 anos e 10% mais de 60.

“Estamos diante de uma nova geração da restauração capilar. São pacientes mais bem informados, atentos à própria imagem e que enxergam o procedimento como parte do seu bem-estar e autoconfiança”.

Ela afirma ainda que esse novo perfil demanda mais do que avanços técnicos. “Mais do que uma tendência estética, trata-se de uma questão de saúde, autoestima e responsabilidade. Estamos diante de uma geração bem informada, que quer ser ouvida e orientada com transparência”, completa.

Fator genético é principal motivo

De acordo com a pesquisa, 71% dos casos de problema capilar reportados eram causados por fatores genéticos, seguido de problemas metabólicos e dermatológicos. O estresse foi considerado o motivo de problema capilar entre 4,3% dos pacientes. Além disso, 7% das restaurações foram feitas após procedimentos que deram errado em clínicas clandestinas.

A maioria dos procedimentos de transplante capilar teve como alvo a área do couro cabeludo em homens (81,6%) e mulheres (78,9%). Além disso, cerca de 18% dos procedimentos masculinos tiveram como alvo outras áreas do corpo: bigode/barba representou 5% dos procedimentos, as sobrancelhas representaram 4% e o reparo de cicatrizes representou 3%. Entre as mulheres, 21% dos procedimentos foram feitos em outras áreas do corpo, como sobrancelhas (12,2%), reparo de cicatrizes (2,4%) e costeletas (1,3%).

Dentre os profissionais entrevistados, quase três quartos dos membros da ISHRS (73%) indicaram que impõem uma idade limite de 22 anos para a realização de cirurgias em pacientes jovens. Na outra ponta, mais de 80% dos profissionais não apresentaram restrição de idade para pacientes idosos, com média de idade de 70 anos nesse grupo. Contudo, mais de dois terços (66,1%) exigem que pacientes idosos obtenham autorização médica antes de realizar transplantes. A idade média para solicitar autorização médica foi de 60 anos.