Foto: Envato Elements
Por Beatriz Duranzi
[email protected]Um grupo de astrônomos identificou um novo objeto nos confins do Sistema Solar, potencialmente classificado como planeta anão. Denominado 2017 OF201, esse corpo celeste foi detectado por meio da análise de dados arquivados de telescópios no Chile e no Havaí.
Com aproximadamente 700 quilômetros de diâmetro, ele orbita o Sol a uma distância extremamente grande, levando cerca de 25 mil anos para completar uma volta completa.
O estudo detalhando o 2017 OF201 foi publicado como pré-impressão no servidor arXiv e aguarda revisão por pares. A pesquisa foi conduzida por cientistas do Institute for Advanced Study, nos Estados Unidos, utilizando algoritmos computacionais avançados para analisar imagens de telescópios e identificar o objeto.
O 2017 OF201 possui uma órbita altamente excêntrica, variando entre 44,5 unidades astronômicas (UA) no periélio e até 1.600 UA no afélio. Para comparação, Plutão orbita o Sol a uma média de 39,5 UA. Essa trajetória sugere que o objeto pode ter sido influenciado por interações gravitacionais complexas, possivelmente envolvendo Netuno ou até mesmo a maré galáctica.
Com base em sua magnitude absoluta e assumindo um albedo típico de 0,15, estima-se que o 2017 OF201 tenha entre 550 e 850 quilômetros de diâmetro. Esse tamanho o coloca na categoria de possíveis planetas anões, semelhante a outros objetos conhecidos na região transnetuniana. Ou seja, com essas características, os cientistas consideram o 2017 OF201 como um “primo” distante de Plutão.
A descoberta do 2017 OF201 desafia algumas teorias existentes sobre a estrutura do Sistema Solar externo. Muitos objetos transnetunianos extremos apresentam órbitas agrupadas, o que levou à hipótese da existência de um nono planeta, conhecido como Planeta Nove, influenciando essas trajetórias. No entanto, a órbita do 2017 OF201 não se alinha com esse agrupamento, sugerindo que outros fatores podem estar em jogo.
Além disso, como o 2017 OF201 é detectável apenas em cerca de 1% de sua órbita, os cientistas acreditam que muitos outros objetos semelhantes podem existir, mas permanecem invisíveis com a tecnologia atual. Essa possibilidade indica que há muito mais a ser explorado e compreendido sobre as regiões mais distantes do nosso Sistema Solar.
A descoberta do planeta anão não apenas amplia nosso conhecimento sobre os corpos celestes além de Netuno, mas também destaca a importância de continuar explorando e estudando as fronteiras do nosso Sistema Solar. Com avanços tecnológicos e observacionais, futuras descobertas podem revelar ainda mais sobre a formação e evolução do nosso vizinho cósmico.
Política de comentários
Este espaço visa ampliar o debate sobre o assunto abordado na notícia, democrática e respeitosamente. Não são aceitos comentários anônimos nem que firam leis e princípios éticos e morais ou que promovam atividades ilícitas ou criminosas. Assim, comentários caluniosos, difamatórios, preconceituosos, ofensivos, agressivos, que usam palavras de baixo calão, incitam a violência, exprimam discurso de ódio ou contenham links são sumariamente deletados.