Fabiana Holtz/Viva
São Paulo, 27/10/2025 – O Brasil está bem avançado no tema longevidade produtiva, segundo Silvia Triboni, advogada com MBA em Gestão Pública pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), que trabalha em Portugal. “Vemos tanto o setor público quanto o privado, contratando trabalhadores 50+, pensando mais nesse público e desenvolvendo programas para atende-los”, conta ela, que participou nesta segunda-feira do painel “Hire to Retire: a jornada do profissional 50+”, durante o Fórum São Paulo Longevidade, no ExpoCenter Norte.
“Vejo uma preocupação cada vez maior com o tema e isso em ambos os países. Por aqui já vemos frutos desse trabalho, como a criação da Maturi, que tem 10 anos. Em Portugal criamos um selo que chama agentes da diversidade geracional”, conta a advogada que tem especialização em Sustentabilidade e Responsabilidade Humana pela Universidade de Lisboa.
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Na avaliação de Morris Litvak, CEO da Maturi, companhia especializada em empregabilidade, desenvolvimento e capacitação de profissionais com mais de 50 anos, muitas empresas ainda olham com mais foco para os jovens na hora de contratar e agora estão sentindo que precisam olhar também para os mais experientes e pensar em como lidar com esse público.
Com o objetivo de ajudar as empresas a pensar na jornada completa do colaborador, que vai da contratação a aposentadoria, a Maturi tem trabalhado em soluções para contribuir com a empregabilidade desse publico.
Cuidar desse planejamento de carreira, ter esse olhar mais atento a esse público “não é fazer caridade, é business”, ressalta Silvia Triboni. “Precisamos descontruir o etarismo”, acrescentou.
Sobre o impacto financeiro para as empresas da maior inclusão dos trabalhadores com mais de 50 anos, Andrea Tenuta, Head de novos negócios da Maturi, menciona também a questão da menopausa, no caso das mulheres.
“É preciso saber lidar e promover um ambiente inclusivo para as mulheres dessa faixa etária que estão entrando na menoupausa. Tem muita empresa que não sabe nem o que fazer. Oferecer escuta e um ambiente mais acolhedor pede dedicação".
Segundo Litvak, diante da realidade demográfica do país, com essa parcela da população chegando a 25%, as empresas estão repensando todo o ciclo de vida de seus colaboradores 50+. Do recrutamento à aposentadoria ativa, seguir em busca de capacitação constante é o ponto que tem guiado o trabalho com esses colaboradores.
Triboni se diz bastante otimista com o que vê acontecendo nas empresas no Brasil e vê no diálogo geracional o melhor caminho para continuar evoluindo nessa jornada. Entre os caminhos que ajudam a dar suporte para os colaboradores 50+ está além da capacitação a promoção do que se conhece como mentoria cruzada.
“A ideia é colocar os mais jovens em contato com a experiência dos mais experientes”. Essa prática, inclusive, tem se provado muito produtiva.
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