Crianças que aprendem essa habilidade desde cedo têm mais facilidade na escola

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As crianças que exploram o vocabulário desde bebês têm mais facilidade na escola - Foto: Envato Elements
As crianças que exploram o vocabulário desde bebês têm mais facilidade na escola

Por Beatriz Duranzi

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Publicado em 06/05/2025, às 08h39

Quando pensamos em estimular o gosto pela leitura nas crianças, é comum imaginar aquela cena dos pais lendo uma história antes de dormir, enquanto a criança se aninha nas cobertas e pega no sono. 

Sem dúvida, esse é um momento especial de conexão. Mas, segundo especialistas do Centro de Desenvolvimento Infantil de Harvard, os momentos mais eficazes para cultivar leitores vão muito além da hora de dormir.

A leitura pode (e deve) estar presente em pequenos momentos do dia, de forma leve e integrada à rotina. Desde uma conversa durante o café da manhã até uma observação divertida na ida ao supermercado, tudo pode se transformar em uma oportunidade de aprendizado.

Esse envolvimento precoce com a linguagem é fundamental. Isso porque, ainda de acordo com o jornal americano, crianças que aprendem a ler bem no ensino fundamental tendem a ter melhor desempenho escolar, maiores chances de concluir os estudos e de conseguir oportunidades profissionais de sucesso no futuro.

Confira abaixo 5 atitudes que os pais e responsáveis costumam adotar desde cedo ao criar pequenos grandes leitores:

Tratar os balbucios dos bebês como uma conversa real

Mesmo antes de saberem falar, bebês se comunicam, e os pais que respondem a esses sons com palavras, expressões faciais e contato visual estão fazendo mais do que apenas interagir: estão ajudando a desenvolver a linguagem.

Esse processo de "conversa" entre adulto e bebê, é essencial para a formação cerebral e emocional da criança, segundo especialistas da revista Frontiers. Conversas responsivas e frequentes nos dois primeiros anos de vida ajudam a desenvolver o vocabulário e habilidades pré-alfabéticas.

Fazer perguntas e dar espaço para as respostas

"Você viu o cachorro?", "O que tem aqui?", "Quer virar a página?". Essas perguntas simples, feitas no dia a dia, ajudam a expandir o repertório das crianças.

Mais do que perguntar, é importante dar tempo para que elas respondam, ainda que não falem perfeitamente. Esse espaço para a resposta estimula o raciocínio e a comunicação.

Um estudo publicado na revista ScienceDirect por especialistas em psicologia infantil, mostram que pais que conversam mais e fazem perguntas frequentes contribuem diretamente para que os filhos tenham vocabulário mais rico, fator essencial para uma boa compreensão de leitura no futuro.

Falar sobre os sons das letras, não apenas seus nomes

Letras estão em todo lugar: nas placas, nas embalagens, nas camisetas. Pais que apontam essas letras no cotidiano e falam sobre os sons que elas representam dão um passo importante rumo à alfabetização.

Mais do que ensinar o nome das letras, é fundamental mostrar os sons que elas fazem. Por exemplo: ao ver a letra "E", pode-se dizer "E de 'eh' (como se diz a letra), mas também como em 'escola'".

Embora muitos pais usem diversos materiais com letras, pesquisas para o Projeto de Linguagem Longitudinal de Chicago, indicam que nem sempre as crianças associam essas letras aos sons correspondentes. Falar sobre os sons ajuda a criança a entender que a escrita é uma representação da fala.

Brincar com palavras, rimas e sons

Trava-línguas, músicas, jogos de rimas e brincadeiras verbais ajudam a criança a perceber e manipular os sons das palavras. Isso é essencial para que mais tarde consigam relacionar som e escrita.

Essa habilidade fonológica é uma das bases da leitura. E o melhor: pode ser desenvolvida de forma divertida e espontânea no dia a dia, com músicas e brincadeiras em casa, no caminho da escola ou na hora do banho.

Ler e explorar palavras ao longo do dia

Pais que cultivam leitores não deixam os livros restritos à hora de dormir. Eles leem em diferentes momentos: enquanto preparam o jantar, durante o banho, na sala de espera, no parque. Todo momento é oportunidade.

Rótulos, cartazes, cardápios, placas: tudo pode ser usado como material de leitura. E muitas vezes, ler durante o dia —quando as crianças estão mais alertas— gera ainda mais aprendizado e conversa.

Quanto mais uma criança ouve, vê e interage com palavras, maior será sua familiaridade com a linguagem escrita. E isso é a base para formar leitores fortes, críticos e apaixonados por aprender.

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