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Por Beatriz Duranzi
[email protected]São Paulo, 26/06/2025 -A Geração Z está mudando as regras do jogo no mercado de trabalho. Jovens entre 18 e 27 anos têm se mostrado cada vez mais conscientes do seu valor profissional e não hesitam em reivindicar salários mais altos, melhores benefícios e reconhecimento compatível com sua qualificação e desempenho.
É o que aponta uma pesquisa realizada pela Robert Half, consultoria global especializada em soluções de talentos e recursos humanos.
De acordo com o levantamento, 74% dos empregadores brasileiros afirmam que os profissionais da Geração Z estão mais exigentes em relação à remuneração. O dado é expressivo e coloca essa geração no topo do ranking entre as quatro analisadas: Millennials (28 a 43 anos), Geração X (44 a 59 anos) e Baby Boomers (acima de 60 anos).
No Brasil, 41% dos empregadores disseram que os jovens da Geração Z estão “muito mais exigentes” com relação ao salário, contra 24% dos Millennials, 18% da Geração X e apenas 9% dos Baby Boomers. Outros 33% disseram que esses jovens estão “um pouco mais rigorosos”, reforçando a percepção de que eles não aceitam mais remunerações aquém de suas expectativas e competências.
O estudo, que ouviu 500 empregadores e 1.000 profissionais no Brasil, mostra que esse comportamento não é exclusivo do país. Em escala global, 37% dos profissionais da Geração Z aumentaram consideravelmente suas exigências salariais no último ano. Entre os Millennials, esse índice é de 22%, caindo para 12% na Geração X e 8% nos Baby Boomers.
“Essa geração valoriza um propósito claro e um ambiente de trabalho saudável, mas vê o reconhecimento financeiro como parte essencial da equação”, explica Amanda Adami, gerente da Robert Half.
Entre os jovens da Geração Z, 39% esperam um aumento nos próximos 12 meses por acreditarem ter adquirido novas habilidades ou qualificações. Já 34% citam a superação de metas de desempenho, e 28% mencionam o impacto da inflação e o aumento da carga de trabalho como razões para uma valorização salarial.
Essas justificativas revelam que o foco da Geração Z vai além do salário fixo. Eles conectam remuneração com desenvolvimento pessoal, entrega de resultados e condições econômicas reais, uma visão pragmática e alinhada às mudanças do mercado.
Outro ponto de atenção para as empresas é que o interesse da Geração Z por benefícios corporativos também cresceu. Segundo o estudo, 72% dos empregadores notaram um aumento nas exigências por esse tipo de contrapartida entre os mais jovens, índice superior ao observado nas demais gerações.
Essa geração valoriza itens como:
Para os empregadores, isso exige uma revisão estratégica nas formas de atrair e manter talentos. O pacote de remuneração não pode mais ser apenas financeiro, ele precisa refletir qualidade de vida, reconhecimento e oportunidade de crescimento.
“O equilíbrio entre reconhecimento financeiro, oportunidade de desenvolvimento e bem-estar será o diferencial competitivo das empresas que desejam formar times fortes e duradouros”, destaca Amanda Adami.
A Geração Z está estabelecendo novos padrões no mercado de trabalho. Com expectativas mais claras, foco em aprendizado e um olhar atento ao retorno financeiro, esses jovens profissionais desafiam empresas a irem além da proposta salarial tradicional. Com taxas de desemprego em níveis historicamente baixos, o poder de escolha está nas mãos deles, e as organizações que souberem entender e responder a essas demandas sairão na frente.
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