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Mais 60+ no mercado de trabalho põe envelhecimento na agenda econômica, diz executiva

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A participação de mulheres 60+ no mercado de trabalho cresceu mais do que a masculina, embora os homens sejam maioria - Envato
A participação de mulheres 60+ no mercado de trabalho cresceu mais do que a masculina, embora os homens sejam maioria
Claudio Marques
Por Claudio Marques claudio.marques@viva.com.br

Publicado em 04/12/2025, às 08h26

São Paulo, 04/12/2025 - A força de trabalho 60+ está crescendo e tende a crescer ainda mais. Afinal, vivemos em um País que envelhece muito rápido e que em 2030 terá mais idosos do que jovens na população. É o que sinaliza Cris Sabbag, sócia e CDO da Talento Sênior, que conecta empresas a profissionais com mais de 45 anos.
A afirmação de Sabbag repercute os dados lançados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que mostrou aumento no nível de ocupação de pessoas com 60 anos, com recorde de 24,4% ante 23,0% em 2023.
Em 2024, o Brasil tinha 34,1 milhões de idosos, o equivalente a 19,7% da população em idade de trabalhar.
Para ela, o momento atual marca a entrada definitiva dos temas longevidade, produtividade e envelhecimento na agenda econômica do País. “Saímos apenas da diversidade para falar de PIB, de economia, de preparação das empresas para essa transição de pauta social”, afirma.
A executiva, porém, ressalta: "Não vi nenhum estudo que corrobora, por exemplo, uma situação de que estamos mais abertos para as pessoas 60+, porque estamos vencendo barreiras e vieses. O que está acontecendo é que há menos jovens no mercado de trabalho”, analisa.
Mas não é só isso. Fatores como a reforma da Previdência, que estipulou a idade mínima para aposentadoria em 65 anos, aliados ao fato de essa faixa da população precisar compor seus vencimentos também contribuem para esse quadro.
A opinião de Sabbag está em linha com a análise do IBGE. Para o Instituto, o aumento da expectativa de vida e as mudanças ocorridas nos arranjos familiares nos últimos anos, além da mudança no sistema de Previdência Social contribuíram para compor esse quadro. 

'Memória organizacional'

Ainda assim, Sabbag afirma que tem havido aumento da procura desse tipo de profissional. E a busca por esses talentos está sendo feita para funções de confiança, de gestão de risco, de governança. “São atividades que demandam um pouco mais de julgamento. E, para contrariar todo mundo que tem uma uma ideia etarista, é uma busca que demanda memória organizacional”, afirma Sabbag. 
Ou seja, busca-se o profissional 60+ para exercer funções mais qualificadas. De acordo com ela, muitos empregadores já veem no profissional maduro menor rotatividade, bem como a transferência de conhecimento, o que para uma empresa é importante. 
No entanto, o etarismo ainda leva boa parte dessa população para o trabalho informal. De acordo com o IBGE, em 2024, 43,3% dos idosos atuavam via trabalho por conta própria; 17,0% como empregado com carteira de trabalho assinada; e 11,3% como empregado sem carteira de trabalho assinada.

Participação feminina

O IBGE também apontou que o aumento na ocupação entre os idosos tem ocorrido especialmente entre as mulheres, embora elas tenham menor participação no mercado de trabalho. O nível de ocupação dos idosos foi maior entre os homens - 34,2% deles trabalhavam em 2024 - do que entre as mulheres: apenas 16,7% estavam ocupadas, uma diferença de 17,4 pontos porcentuais.
Em 2019, antes da pandemia de covid-19, a proporção de ocupados entre as mulheres idosas era de 14,6%, e entre os homens, de 33,8%. Ou seja, o avanço no nível da ocupação foi maior entre elas. E a tendência é que continue crescendo. “Do ponto de vista demográfico, há mesmo mais mulheres do que homens”, lembra. 

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