Foto: Envato Elements
Por Beatriz Duranzi
redacao@viva.com.brSão Paulo, 16/10/2025 - Quem nunca se sentiu sobrecarregado com uma lista interminável de tarefas, sem saber por onde começar? O Princípio de Pareto, também conhecido como regra 80/20, pode ser a chave para mudar essa realidade.
Como explicado no site do governo federal, a ideia, usada há décadas por empresas e gestores em todo o mundo, propõe que 80% dos resultados vêm de apenas 20% das ações, uma regra simples, mas poderosa, que pode ser aplicada em praticamente qualquer área da vida.
O conceito nasceu a partir dos estudos do economista italiano Vilfredo Pareto, que observou, no fim do século XIX, que 80% da riqueza da Itália estava concentrada nas mãos de 20% da população.
Essa descoberta despertou o interesse de pesquisadores e profissionais de gestão, que perceberam que o mesmo padrão se repetia em outros contextos, da economia à produtividade pessoal.
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A Análise de Pareto é uma ferramenta usada para identificar quais causas ou fatores são responsáveis pela maior parte dos problemas, erros ou desperdícios em uma empresa.
Em outras palavras: ela ajuda gestores e equipes a encontrar o verdadeiro foco, evitando o desperdício de tempo e energia em tarefas que trazem pouco impacto.
O método permite compreender que nem todos os problemas têm o mesmo peso. Ao identificar quais 20% de causas geram 80% das dificuldades, é possível traçar estratégias mais assertivas, resolver gargalos e direcionar melhor os recursos.
A aplicação do Princípio de Pareto pode ser feita de forma simples, por meio de tabelas, planilhas ou gráficos, conhecidos como Diagramas de Pareto.
Veja um passo a passo básico para aplicar o método na sua rotina profissional ou empresarial:
Reúna os desafios que afetam sua rotina ou o desempenho da empresa.
Ordene a lista considerando quais problemas ocorrem com mais frequência ou têm maior impacto.
Verifique qual a porcentagem de ocorrência ou impacto de cada causa.
Use um gráfico de barras para relacionar causas e frequência, isso ajuda a visualizar rapidamente o que mais pesa nos resultados.
Ao final, é possível perceber com clareza quais poucos fatores são responsáveis pela maioria das falhas ou conquistas. Essa visualização ajuda a direcionar ações de forma mais eficiente e estratégica.
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O maior benefício da Análise de Pareto está em sua simplicidade: ela mostra, de forma objetiva, onde vale a pena concentrar esforços.
Em empresas, essa análise é usada para aprimorar processos, aumentar a produtividade, reduzir desperdícios e apoiar decisões gerenciais.
Mas o mesmo princípio pode ser aplicado em tarefas pessoais, como organização de tempo, estudos ou finanças.
De forma geral, o método estimula uma reflexão importante: nem tudo o que fazemos tem o mesmo impacto, e saber identificar o que realmente importa é o primeiro passo para ser mais produtivo.
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Uma das maiores dificuldades na rotina profissional é definir o que realmente merece atenção primeiro.
A Harvard Business Review recomenda um exercício simples, mas radical. A proposta é listar as seis principais tarefas do dia e, em seguida, eliminar as cinco últimas, focando exclusivamente na primeira.
A orientação é dedicar os primeiros 90 minutos da manhã a essa atividade prioritária, com total concentração e sem distrações.
A lógica é clara: ao concentrar esforços naquilo que mais impacta seus resultados, você evita dispersar energia em tarefas de menor valor.
Para quem considera essa abordagem muito restritiva, a revista Inc. sugere uma alternativa mais flexível.
Nesse método, cada tarefa da sua lista recebe duas notas:
Depois, calcula-se o grau de prioridade dividindo o número de esforço pelo de resultado. O menor valor indica a tarefa que deve ser feita primeiro. Veja um exemplo prático:
Tarefa 1
Escrever relatório:
Tarefa 2
Preparar apresentação:
Tarefa 3
Ligar para cliente:
Com esse raciocínio, a ligação para o cliente, que exige pouco esforço, mas gera grande impacto, vem em primeiro lugar, seguida da apresentação e, por último, o relatório.
Essa forma de organizar o dia ajuda a aplicar o Princípio de Pareto na prática, garantindo que o foco esteja nas tarefas que realmente trazem resultados. Afinal, produtividade não é fazer mais, e sim fazer melhor.
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