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Por Beatriz Duranzi
redacao@viva.com.brO ato de tomar café é quase um ritual para milhões de brasileiros, especialmente durante a jornada de trabalho.
A bebida está entre as mais consumidas do país: uma pesquisa realizada pelo Instituto Agronômico (IAC) em parceria com a Unicamp e o Instituto Axxus mostrou que, em 2023, 97% dos brasileiros bebiam café diariamente.
Boa parte desse consumo acontece justamente no expediente, como forma de ganhar energia extra e melhorar a concentração.
Mas será que tomar café no trabalho realmente ajuda no foco ou pode trazer prejuízos, principalmente para quem sofre de ansiedade?
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O efeito estimulante da bebida se deve à cafeína, substância psicoativa natural presente no grão.
De acordo com o artigo acadêmico “Cafeína, saúde mental e transtornos psiquiátricos”, ela atua diretamente no sistema nervoso central, proporcionando aumento da atenção, melhora temporária do humor e maior estado de alerta.
Por isso, muitos profissionais relatam que o café contribui para manter o ritmo em atividades que exigem concentração. Além disso, ele também acelera levemente o metabolismo, o que pode gerar sensação de energia no dia a dia.
Para adultos saudáveis, o consumo considerado seguro é de até 400 mg de cafeína por dia, o equivalente a cerca de três a quatro xícaras de café filtrado.
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O consumo exagerado, no entanto, pode ter efeitos negativos, como agitação, insônia, tremores, palpitações e dificuldade para relaxar. E no caso de pessoas com transtornos de ansiedade, esses sintomas podem ser intensificados.
Um levantamento realizado pelo Instituto Ipsos revelou que 53% da população brasileira recebeu diagnóstico de ansiedade.
Para esse grupo, a cafeína pode ser um gatilho de crises, já que os efeitos fisiológicos, como aceleração dos batimentos cardíacos e tensão muscular, se confundem com sintomas típicos da condição.
Além do café, outras bebidas ricas em cafeína, como chás pretos, verdes, mate e energéticos, também podem provocar os mesmos efeitos.
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No ambiente de trabalho, o café pode sim ser um aliado, especialmente em tarefas que exigem foco, mas a moderação é fundamental.
Para a maioria das pessoas, até quatro xícaras distribuídas ao longo do dia são bem toleradas. Já quem convive com ansiedade deve observar como o corpo reage e, se necessário, reduzir o consumo ou optar por alternativas descafeinadas.
O café não precisa ser visto como vilão, mas deve ser consumido com consciência. Para alguns, ele será um reforço na produtividade. Para outros, principalmente os ansiosos, pode ser um fator de desconforto. O segredo é respeitar os limites individuais.
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