São Paulo, 09/09/2025 - De acordo com estudo divulgado nesta terça-feira sobre como as desigualdades são percebidas pelos brasileiros, realizado pelo
Observatório Fundação Itaú com apoio da Plano CDE e Datafolha,
apenas 20% concordam amplamente que são bem representados na política. E diante dessa percepção, 50% entende que as políticas não priorizam pessoas mais pobres.
Nesse contexto, 52% dos entrevistados avaliam que há muitos obstáculos para
mobilidade social de pessoas mais pobres. Outros 37% acreditam que o ciclo de pobreza passa para as gerações seguintes devido a ausência de oportunidades. Entre os principais obstáculos para a redução da desigualdade,
70% avaliam que as leis no Brasil beneficiam os ricos, e 64% citam a falta de oportunidade de emprego formal.
A apresentação da pesquisa contou com a participação de Neca Setubal, presidente do conselho da Fundação Tide Setubal e presidente do conselho curador da TV Cultura, na abertura do evento. "É possível entender que as desigualdades estão diretamente ligadas as condições estruturais do nosso país. Mas não dá para esperar que todos tenham a mesma percepção sobre o assunto", afirmou ao falar sobre o estudo.
"É curioso ver como o direito a cultura ainda não é associado a redução da desigualdade. Isso precisa mudar", observou Alan Valadares, coordenador do Observatório Fundação Itaú, ao detalhar a pesquisa durante evento nesta manhã, no Itaú Cultural.
Educação e Cultura
Do universo pesquisado, 79% concorda que investir na educação pública é essencial para diminuir a desigualdade de renda; outros 59% concordam plenamente que sem investimentos na educação o ciclo de pobreza ultrapassa as gerações familiares.
Quando o tema é cultura, 77% concorda totalmente ou em partes que evento culturais são mais acessíveis para aqueles que tem maior renda. A questão, porém, é amplamente considerada como um fator de conexão com o próprio território.
A metodologia do estudo Percepções sobre as desigualdades no Brasil envolveu duas etapas, a qualitativa e a quantitativa. A etapa qualitativa foi realizada entre agosto e setembro de 2024, em cinco capitais, uma de cada região do país, com 150 pessoas, distribuídas em 50 tríades, combinando diferentes classes, gêneros, raças, idades e localidades.
Na etapa quantitativa, realizada em junho de 2025, foi reunida uma amostra nacional de 2.787 entrevistados, representativa da população brasileira com 18 anos ou mais, de todas as regiões, classes sociais, gêneros, raças e escolaridades. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%.