Foto: Envato Elements
Por Beatriz Duranzi
[email protected]Em 24 de abril, o Brasil celebra o Dia Nacional da Língua Brasileira de Sinais (Libras), uma data que marca não apenas o reconhecimento legal dessa forma de comunicação, mas também a contínua luta da comunidade surda por inclusão e respeito.
A história da Libras remonta ao século XIX, com a fundação do Imperial Instituto dos Surdos-Mudos em 1857, no Rio de Janeiro, por Dom Pedro II. A instituição, hoje conhecida como Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES), foi pioneira na educação de surdos no país.
A Libras surgiu da combinação da antiga língua de sinais brasileira com a língua de sinais francesa, trazida por educadores europeus, formando uma língua única e adaptada à realidade brasileira.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil possui mais de 10 milhões de pessoas com deficiência auditiva (cerca de 5% da população do país). No entanto, apenas 22,4% desse grupo utiliza a Libras como meio de comunicação . Essa estatística revela um desafio significativo na disseminação e ensino da Libras em todo o país.
Apesar de reconhecida oficialmente pela Lei nº 10.436/2002, a Libras ainda enfrenta obstáculos para sua plena implementação no sistema educacional brasileiro. Um dos principais desafios é a escassez de professores qualificados para ensinar a língua de sinais.
Além disso, muitos educadores não possuem formação específica em Libras ou em educação bilíngue para surdos, comprometendo a qualidade do ensino. A falta de materiais didáticos adequados e a ausência de valorização da cultura surda nas escolas também são barreiras significativas.
A inclusão da Libras no cotidiano escolar é fundamental para o desenvolvimento social e educacional das pessoas surdas. Promover o ensino da Libras não apenas beneficia os alunos surdos, mas também enriquece o ambiente escolar, fomentando a diversidade e o respeito às diferenças.
O Dia Nacional da Língua Brasileira de Sinais é uma oportunidade para refletirmos sobre os avanços conquistados e os desafios que ainda persistem. É um chamado à ação para governos, educadores e sociedade no sentido de promover políticas públicas eficazes, formação de profissionais qualificados e a valorização da cultura surda. Somente assim poderemos construir uma sociedade verdadeiramente inclusiva, onde todos tenham voz e vez.
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