Rafa Neddermeyer/Agência Brasil
São Paulo, 21/11/2025 ‒ A fila do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) atingiu o maior patamar da história, com 2,86 milhões de solicitações acumuladas até outubro de 2025 — em relação ao mesmo período do ano passado, o aumento chegou a 44%. De janeiro — mês em que os pedidos somavam 2,34 milhões — a outubro deste ano, o crescimento foi de 22%.
A maior parte dos requerimentos, 1,94 milhão, está indisponível para análise imediata pelo INSS — o instituto tem controle direto de apenas um terço da fila.
Em outubro, o tempo médio para concessão de benefícios diminuiu e caiu para 35 dias, redução de 12,5% em relação a setembro e de 27% ante o mesmo período de 2024, quando o tempo de espera alcançou 48 dias.
O maior tempo médio de espera foi registrado na concessão de benefícios assistenciais ou de legislação especial, superando seis meses — o menor, de 21 dias, foi associado ao salário-maternidade.
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O volume de requerimentos na etapa inicial de análise aumentou 23% de janeiro a outubro deste ano. No mês analisado, 1,3 milhão de pedidos aguardavam avaliação.
A fila na Perícia Médica Federal caiu 7% entre setembro e outubro de 2025, chegando a 959 mil solicitações em espera. Entretanto, em relação a janeiro, a fila está 37,6% maior.
A fila para o Benefício de Prestação Continuada (BPC) chegou a 897 mil solicitações em outubro, disparada iniciada em julho, quando foram suspensas, temporariamente, novas concessões devido a mudanças no cálculo da renda familiar. Por essa razão, 74% dos pedidos (660 mil) estão parados. Estavam liberados para análise somente 155 mil requerimentos.
Mais da metade dos pedidos de Benefício por Incapacidade Temporária (BI) está aguardando a etapa da perícia médica (813 mil casos). Ao todo, as solicitações chegaram a 1,32 milhão, maior volume da série histórica iniciada em janeiro de 2024.
Em resposta ao nível recorde da fila, o INSS anunciou nesta semana a criação de um comitê estratégico para monitorar, avaliar e propor soluções que reduzam a espera na análise dos requerimentos iniciais.
A primeira reunião foi realizada nesta sexta-feira, 21, pelo presidente Gilberto Waller Júnior e definiu que os encontros com os superintendentes ocorrerão a cada 15 dias até o encerramento das atividades, previsto para 30 de junho de 2026. A participação dos membros não será remunerada.
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O INSS informou ao VIVA o retorno do Programa de Gerenciamento de Benefícios (PGB) a partir de 1.º de janeiro de 2026. Suspenso em outubro de 2025 por falta de orçamento, o programa prevê um bônus de R$ 68 para servidores do INSS e de R$ 75 para funcionários da Perícia Médica Federal a cada processo concluído, com o objetivo de reduzir filas de concessão e de reavaliação de benefícios.
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