Copom vê melhora do cenário, mas reforça que permanecerá 'vigilante'
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Por Fabiana Holtz e Equipe da Broadcast
redacao@viva.com.brBrasília, 16/12/2025 - O Comitê de Política Monetária (Copom) reconheceu uma melhora do cenário para convergência da inflação à meta na ata da sua última reunião, publicada nesta terça-feira. Mesmo assim, reforçou que mantém uma postura "vigilante", e que não vai hesitar em aumentar a taxa Selic novamente se julgar que esse caminho é apropriado.
Na última quarta-feira, 10, o comitê manteve a taxa básica de juros do país, a Selic, em 15% ao ano pela quarta reunião consecutiva. Esse é o maior patamar da Selic em quase 20 anos.
Com o juro nesse patamar desde junho, importante reforçar que as condições para empréstimo, financiamento e consumo continuam pressionadas, enquanto o cenário para a renda fixa permanece favorável. Nesse contexto vale manter a cautela, evitando novas dívidas e respeitando os limites do seu planejamento financeiro.
Corte no juro mais distante
Para o economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez, a ata da reunião de dezembro veio neutra, ao reforçar que a manutenção do nível de juros em 15% parece adequada para a convergência da inflação à meta. A Ativa prevê Selic em 12% no fim de 2026.
Na avaliação dos economistas da Warren Investimentos, Luis Felipe Vital e Cecília Mazzoni, a ata do Copom veio com um tom duro, que deve afastar as apostas por um corte na Selic já no mês de janeiro. A ata de hoje, segundo a dupla de economistas, muda a percepção de que o Copom estaria dependente de dados e aguardando "maior clareza". Em relatório, os economistas da Warren avaliam que a atenção do mercado deve se voltar, mais uma vez, à evolução do cenário de inflação.
Com isso, Vital e Mazzoni acreditam que o início dos cortes da Selic é mais provável a partir do fim do primeiro trimestre de 2026.
Rafaela Vitória, economista-chefe do Inter, concorda que um corte em janeiro parece menos provável e depende de uma mudança na visão do colegiado.
"O Copom deixou claro na ata que a atual estratégia é de manutenção dos juros, e não incluiu discussão sobre o início dos cortes", afirma a economista.
Segundo Vitória, uma nova melhora na inflação nos próximos meses, além da continuidade na queda das expectativas, deve contribuir para uma mudança na avaliação do Copom.
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