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Endividamento tem leve queda após 9 meses seguidos de alta, mostra pesquisa

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Endividamento teve leve recuo em novembro, mas persiste o quadro de forte pressão sobre o orçamento das famílias - Adobe Stock
Endividamento teve leve recuo em novembro, mas persiste o quadro de forte pressão sobre o orçamento das famílias

Por Daniela Amorim e Gabriela da Cunha, da Broadcast

redacao@viva.com.br
Publicado em 04/12/2025, às 13h22

Rio, 04/12/2025 - Às vésperas do fim de ano, o endividamento dos brasileiros teve uma leve redução.  Segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), apurada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o porcentual de famílias endividadas ficou em 79,2% em novembro, enquanto em outubro estava em 79,5%, maior patamar desde 2010. Trata-se da primeira queda, de 0,3 ponto porcentual, do indicador após nove meses consecutivos de alta. Na comparação, no entanto, com novembro de 2024, quando o porcentual foi de 77%, houve alta.

O resultado mensal não reverte o quadro de forte pressão sobre o orçamento das famílias, diz a pesquisa. 

A fatia de famílias inadimplentes também recuou, do ápice histórico de 30,5% para 30% entre outubro e novembro, ainda superior aos 29,4% do ano anterior. A proporção de famílias que declararam não ter condições de pagar as dívidas em atraso, ou seja, que permanecerão inadimplentes, completa o trio de indicadores que diminuiu. Passou de 13,2%, em outubro, para 12,9%, em novembro, menor nível desde agosto e igual ao de novembro de 2024.

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A inadimplência encolheu em todas as faixas, com maior redução entre famílias com renda entre 3 e 5 salários mínimos, que também lideraram a queda da parcela das que afirmam não ter condições de pagar suas dívidas atrasadas.

Para a CNC, a pesquisa sugere melhora tanto da percepção quanto da estrutura das dívidas. No retrato geral, diminuiu o grupo que se considera “muito endividado” (16%) e aumentou o de “pouco endividado” (32,8%) e notou-se um esforço adicional das famílias com renda entre 3 e 5 salários mínimos para regularizar pendências.

A pesquisa considera como dívidas as contas a vencer nas modalidades cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal, cheque pré-datado e prestações de carro e casa.

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O economista-chefe da CNC, Fabio Bentes, comenta que o brasileiro aproveita a Black Friday para economizar nos presentes de fim de ano, pagando as faturas dessas compras com a segunda parcela do 13º salário.

Isso é um antídoto ao altíssimo nível de inadimplência e dos juros, principalmente do cartão de crédito, que são capazes de dobrar o valor de uma dívida em poucos meses”, destaca Bentes.

Inadimplência prolongada

A proporção de famílias com contas em atraso por mais de 90 dias caiu de 49% para 48,5%, o menor nível desde agosto, reduzindo parcialmente o impacto dos juros acumulados no estoque de dívidas.

 A fatia de consumidores que têm mais da metade dos rendimentos comprometidos com dívidas, por sua vez, caiu de 19,1% para 18,8%, depois de um aumento de dois meses consecutivos. A maioria (56,7%) segue com 11% a 50% da renda comprometida, resultando em comprometimento médio de 29,5% em novembro.

Por outro lado, o porcentual de famílias com dívidas por mais de um ano subiu pelo terceiro mês seguido, para 32,1%. Apesar do recuo esperado para dezembro, a CNC espera que 2025 encerre com famílias significativamente mais endividadas ( aumento de 2,4 pontos porcentuais) e mais inadimplentes (aumento de 0,5 ponto porcentual) do que no fim de 2024.

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