São Paulo, 29/07/2025 - Os
financiamentos imobiliários tiveram queda de 3% no primeiro semestre de 2025, na comparação com o mesmo período do ano anterior, para R$ 140,4 bilhões, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).
A queda nos primeiros seis meses deste ano foi puxada pelos financiamentos com recursos que têm origem no Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), que caíram 10% no período, para R$ 73,6 bilhões. Já os financiamentos com recursos originados no Fundo de Garantia do Tempo se Serviço (FGTS) tiveram alta de 6%, para R$ 66,8 bilhões.
A associação prevê que, para o final do ano, as concessões de crédito imobiliário do SBPE alcancem R$ 150 bilhões, queda de 20% ante 2024. Já para o
FGTS, a expectativa é de que os valores cheguem a R$ 152 bilhões, alta de 20%.
Os recursos classificados pela Abecip como FGTS incluem também R$ 15 bilhões oriundos do pré-sal, explicou Gamba. Ele citou ainda que, no que diz respeito ao SBPE, “estamos no menor patamar de inadimplência da série histórica”.
De acordo com Gamba, o instrumento de financiamento deve, nos próximos anos, “alcançar a importância da poupança” em termos de estrutura de funding. “A LCI tende a ser um dos principais instrumentos, se não o principal instrumento, na formação de
preço do mercado imobiliário”, afirmou.
PIB da Construção
Segundo Gamba, a estimativa é de que o Produto Interno Bruto (PIB) da Construção cresça 2,3% no final de 2025.
De acordo com ele, o crescimento da renda real é um dos fatores mais importantes para o mercado de crédito imobiliário.
Ainda de acordo com Gama, a estrutura de crédito imobiliário terá cada vez mais correlação com a taxa Selic e a curva de juros, sobretudo a taxa de dez anos. No que diz respeito à valorização dos imóveis, a valorização acumulada nos últimos seis meses foi superior ao
IPCA, afirmou.
Já o nível de estoque do mercado “continua baixo e tem permitido lançamentos”, segundo o presidente da Abecip. Do primeiro trimestre de 2024 para o primeiro trimestre de 2025, os lançamentos aumentaram 15% no Brasil. Na cidade de São Paulo, a alta foi de 66% nos primeiros cinco meses do ano.
As vendas no País acompanharam a tendência de lançamentos e cresceram 16%. Na capital paulista, porém, a alta foi de 24%, de modo que “a velocidade de vendas está um pouco abaixo do volume de lançamento” e pode contribuir para a formação de estoque, falou Gama.