Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil
Por Equipe Broadcast
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Para 109 (90%), a manutenção era a decisão correta. Outros 9 (7%) defendiam uma alta de 0,25 ponto porcentual, para 15,25%. Dois respondentes, ou 2%, avaliavam que o BC deveria elevar a taxa em 0,50 ponto, para 15,50%. Um (1%) avaliava que o Comitê de Política Monetária (Copom) deveria cortar a Selic em 0,50 ponto.
A distribuição das respostas mostra que a ampla maioria espera a defende a manutenção da taxa básica em 15% nas duas próximas reuniões. Em setembro, 99% esperam que o Copom segure os juros em 15%, e 91% avaliam que esta seria a decisão correta. Em novembro, são 96% e 90%, respectivamente.
Na última reunião, o comitê afirmou que o cenário é marcado por elevada incerteza, o que exige "cautela" na condução da política monetária. Sem abrir mão da postura "vigilante", o colegiado informou que deve manter a taxa básica parada também na sua próxima decisão.
"Em se confirmando o cenário esperado, o comitê antecipa uma continuação na interrupção no ciclo de alta de juros para examinar os impactos acumulados do ajuste já realizado, ainda por serem observados, e então avaliar se o nível corrente da taxa de juros, considerando a sua manutenção por período bastante prolongado, é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta", disse o Copom.
A ampla maioria do mercado - 34 de 35 instituições consultadas pelo Projeções Broadcast - espera que a taxa Selic ficará estável em 15% na reunião de setembro do Comitê de Política Monetária (Copom). As medianas continuam indicando Selic de 15% no final deste ano e de 12,5% no fim de 2026 e no encerramento do primeiro trimestre de 2027, atual horizonte relevante para a política monetária, em linha com o levantamento do dia 31 de julho. O Copom realiza a próxima reunião sobre juros nos dias 16 e 17 de setembro.
A ata do Copom mostra que o colegiado ainda considera o cenário de inflação desafiador, com expectativas de inflação desancoradas sobre os diversos horizontes temporais. O Copom destacou a importância de manter uma política monetária significativamente contracionista por um período prolongado, uma vez que a desancoragem das expectativas compromete a convergência da inflação para a meta. Os membros do Comitê afirmaram no texto que qualquer ajuste futuro dependerá das mudanças nas expectativas de inflação e nos outros indicadores econômicos relevantes.
Além disso, o ambiente externo se apresenta mais incerto devido, principalmente, às tensões econômicas nos Estados Unidos e à política comercial norte-americana em relação ao Brasil, segundo a ata. Essa situação, diz o documento, reforça a necessidade de cautela nas decisões de política monetária, pois o aumento das tarifas comerciais pelos Estados Unidos tem um impacto significativo e ainda incerto sobre a economia brasileira. O Comitê enfatizou que continuará acompanhando os possíveis impactos de tais políticas sobre a economia real e os ativos financeiros.
Internamente, o crescimento econômico apresentou moderação, mas o mercado de trabalho se mantém dinâmico, o que continua a dar suporte ao consumo e à renda. O mercado de crédito, no entanto, dá sinais de moderação mais clara, com recuo nas concessões e aumentos nas taxas de juros e na inadimplência. O Copom ressalta que a política fiscal deve apoiar o esforço de reequilíbrio econômico com vistas à redução do risco e à convergência da inflação.
O Copom destacou que, com o cenário de incerteza elevado, terá postura vigilante e está preparado para ajustar a política monetária caso seja necessário.
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