Pets movimentam bilhões: cães e gatos se tornaram prioridade nas famílias

São Paulo, 17/10/2025 - O Brasil se destaca entre os países com maior número de pets, ocupando a terceira posição. Enquanto o tamanho médio das famílias vem diminuindo nas últimas décadas, a presença de pets cresce de forma significativa. O mercado pet brasileiro faturou R$ 75,4 bilhões em 2024, aumento de 9,6% em relação a 2023, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet).

Segundo o levantamento do Instituto Quaest de 2024, cada domicílio tinha em média 3,62 pessoas em 2003, número que caiu para 2,8 em 2022, enquanto a razão de animais por residência alcançou 2,3 no mesmo período.

O fenômeno conhecido como pet parenting, em que cães e gatos passam a ser tratados como filhos, vem se consolidando especialmente nas regiões com maior renda do País, transformando hábitos e estilos de vida.

A mudança cultural reflete-se também na economia, entre 2002 e 2018, o número de famílias que declararam despesas com animais de estimação quase triplicou, passando de 11,72% para 30,27%.

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Serviços especializados, como creches, hospedagem, adestramento, planos de saúde para pets e até vestimentas, se tornaram comuns, enquanto ambientes pet friendly proliferam em shoppings, cafés e bares, oferecendo produtos específicos para os animais.

Ter um animal de estimação gasta mais? 

A tese de doutorado de Clécia Satel, pesquisadora do Programa de Pós-Graduação em Economia Aplicada da Esalq-USP, analisou a evolução dos gastos das famílias com pets no Brasil e identificou que não apenas os mais ricos, mas também a classe média, passaram a investir em alimentação diferenciada e cuidados especializados.

Dados das Pesquisas de Orçamento Familiar de 2002-2003, 2008-2009 e 2017-2018 mostram que a despesa média com animais de estimação subiu 145%, de R$ 8,32 para R$ 20,42 por mês, com destaque para alimentação e saúde.

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Arranjos familiares menores e maior renda estão associados a uma maior posse de animais e gastos mais elevados. Famílias com bebês pequenos ou idosos tendem a gastar menos.

A escolaridade do chefe da família também influencia. Quando o tutor possui título de mestre, o gasto médio com pets chegou a R$ 88,41 em 2018.

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Estados das regiões Sul, Centro-Oeste e São Paulo lideram os gastos, refletindo renda per capita mais alta e domicílios menores. Serviços considerados não essenciais, como:

• Hospedagem;
• Adestramento; e
• Planos de saúde.

Concentram-se entre as famílias de maior poder aquisitivo.

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Importante destacar que despesas com hospedagem possuem índice de 0,982, adestramento 0,935 e plano de saúde 0,896, indicando alta elasticidade em relação à renda.

Por outro lado, itens básicos, como ração para aves, concentram-se entre famílias de menor renda.

Apoio emocional 

Muitas pessoas optam por ter animais ao invés de filhos ou adiam a decisão de constituir família, encontrando nos animais uma presença constante e emocionalmente gratificante.

Além disso, a convivência com pets estimula atividades físicas e pode trazer impactos positivos à saúde mental, auxiliando inclusive no tratamento da depressão.

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O mercado pet brasileiro continua em expansão, com novos serviços e produtos surgindo continuamente. Serviços de estética e bem-estar, como banhos especiais, massagens, tonalização de pelos e vestimentas, mostram a sofisticação que o setor atingiu.

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Empresas também começam a incluir pets em planos de saúde corporativos e a oferecer soluções para transporte seguro em viagens aéreas, consolidando a integração dos pets na rotina familiar e social.