Restituição na mão é momento ideal para quitar dívidas e começar a investir

São Paulo, 30/05/2025 - A entrega do Imposto de Renda para alguns representa a chegada de um valor extra na conta logo mais. Hoje, com o encerramento do prazo para a entrega da declaração, a Receita Federal também deposita a restituição dos contemplados no primeiro lote. Serão distribuídos R$ 11 bilhões, o maior lote da história. Se você faz parte desse grupo temos algumas dicas de especialistas em finanças pessoais para te ajudar a pensar na destinação dessa renda extra. 

Ter cautela e avaliar o quanto da sua renda futura já está comprometida nos próximos meses, em especial no cartão de crédito, é recomendável, aconselha José Aparecido Ornelas, professor do curso de Ciências Contábeis da Faculdade Anhanguera.

Aliás, esse pode ser um momento de virada para os endividados. Segundo ele, é preciso considerar suas prioridades financeiras pessoais antes de decidir o que fazer com a restituição. Ao se planejar com antecedência e concentrar-se em metas específicas, você tem a chance de incluir em sua rotina novos hábitos que podem fazer toda a diferença para o seu futuro financeiro.

Focar no pagamento de dívidas, começando pelas mais caras como cartão de crédito ou crédito consignado, é um dos movimentos mais recomendados “Utilizar a restituição para quitar dívidas com juros elevados, como cartões ou empréstimos pessoais, pode ser uma estratégia eficaz para melhorar a saúde financeira. Se não der para eliminar a dívida, comece pelas contas que cobram os juros mais altos”.

Marcelo Fonseca, mestre em Economia e diretor de operações na consultoria e auditoria HLB, concorda que deixar de pagar juros estratosféricos é sem sombra de dúvida uma ótima forma de gastar a restituição.

Reserva de emergência

Caso este não seja o seu perfil, Ornelas indica que essa quantia extra seja aplicada na criação de uma reserva de emergência, fundo especificamente destinado para imprevistos. Se você pensa em dar início a esse projeto, os planejadores financeiros calculam como valor ideal para esse fundo o equivalente a, pelo menos, seis meses dos seus gastos fixos mensais.

“Sempre bom pensar que, em uma economia instável como a nossa, podemos passar por momentos de aperto de caixa, e uma reserva de emergência sempre poderá ser acionada”, aconselha Fonseca.

Investir em produtos financeiros, com estratégia e cautela, é outra recomendação básica dos especialistas. O ponto aqui é investir com segurança, nada de ativos de risco que podem rapidamente dissolver sua reserva inesperada.

Poupança e Tesouro Direto

A poupança, grande queridinha do trabalhador brasileiro, é sempre uma opção. Se você tem disposição para ir mais adiante e busca outros rendimentos com segurança semelhante e rendimentos um pouco mais elevados, vale pesquisar títulos do Tesouro Direto.

Lançado em 2002, o programa Tesouro Direto surgiu com o objetivo de democratizar o acesso aos títulos públicos, ao permitir aplicações a partir de R$ 30. Desde novembro de 2024, essa barreira foi removida. Além de ser de fácil acesso, esses títulos oferecem boa rentabilidade e liquidez diária.

Fonseca ressalta que aplicar os recursos no mercado financeiro é uma ótima opção se não existem dívidas a serem pagas. Caso já tenha um plano de previdência, aponta o professor, vale a pena fazer um aporte lançando mão de parte da restituição.

Hora da reforma

Outra dica é investir em melhorias no seu imóvel. Este pode ser o momento para concluir aquela reforma na área de serviço, trocar o portão ou arrumar os azulejos tricandos do banheiro. Com isso, além de você investir no bem-estar da sua família, ainda ganha com a consequente valorização do seu patrimônio.

E mais: esse pode ser o início de uma lista de objetivos financeiros que, ao serem colocados no papel, dão força a uma rotina que pode ajudar a realizar cada sonho adiado por falta de disciplina, como uma viagem, a casa própria, um curso ou até mesmo a compra de um carro.