São Paulo, 03/09/2025 - Mais de 1 bilhão de pessoas vivem com condições que afetam sua saúde mental, causando impactos sociais e econômicos em todo o mundo, de acordo com novos dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A
ansiedade e a
depressão são citados como os transtornos de maior indicência atualmente.
Dois novos relatórios da organização destacam algumas áreas de progresso, mas expõem lacunas significativas no enfrentamento de condições de saúde mental nos diferentes países. Nesse sentido, a OMS diz que, embora muitos tenham fortalecido suas políticas e programas de saúde mental, são necessários mais investimentos e ações globais para ampliar os serviços que protegem e promovem esse tema.
O primeiro relatório, "
A Saúde Mental no Mundo Hoje", em tradução livre, diz que a prevalência de transtornos mentais pode variar por sexo, mas as
mulheres são desproporcionalmente mais impactadas no geral. Transtornos de ansiedade e depressão são os tipos mais comuns entre elas.
Mostra também que, apesar dos esforços globais, o progresso na redução da mortalidade por suicídio é insuficiente para atingir o
Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas de uma redução de um terço nas taxas de suicídio até 2030. Na trajetória atual, apenas uma redução de 12% será alcançada até esse prazo. Em 2021, a OMS registrou 727 mil mortes por essa causa.
O segundo documento, "
Atlas da Saúde Mental 2024", diz que os gastos medianos dos governos com saúde mental permanecem em apenas 2% dos orçamentos totais de saúde, sem mudanças desde 2017.
As disparidades entre países são gritantes; enquanto países de alta renda gastam até US$ 65 (aproximadamente R$ 352) por pessoa em saúde mental, países de baixa renda gastam menos de US$ 0,04 (R$ 0, 21) por pessoa. Além disso, o número mediano global de trabalhadores de saúde mental é de 13 por 100 mil pessoas, com carências maiores em países de baixa e média renda.