Fabiana Holtz/Viva
São Paulo, 28/10/2025 - O mercado de moradia para idosos, conhecido como Senior Living, encontrou em Porto Alegre (RS) as condições perfeitas para se desenvolver no País. O Rio Grande do Sul é o estado com a maior proporção de idosos da classe A e B do Brasil e sua capital é a com maior concentração desse grupo etário no Brasil, que possui expectativa de vida de 76,4 anos. A cidade também concentra a maior parcela da população brasileira de alta renda acima de 60 anos.
De olho nesse mercado, que cresce exponencialmente, o Fórum São Paulo Longevidade organizou um painel sobre cases de Senior Living, com a curadoria de Martin Henkel, especialista em marketing 60+ e CEO da SeniorLab, e de Caio Calfat, diretor da Caio Calfat Real Estate Consulting.
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Todos esses números atraíram a atenção do Grupo São Pietro Hospitais e Clínicas, que lançou na capital gaúcha o Magno Três Figueiras São Pietro. Os detalhes que envolvem o planejamento e construção de um empreendimento como esse foram apresentados hoje durante o Fórum.
Construído em parceria com a ABF Developments, incorporadora e construtora, o Três Figueiras é um Senior Living de alto padrão, que foi inaugurado em abril desde ano. Diante dos bons resultados, o grupo já lançou outras duas unidades na cidade, com obras em andamento nos bairros Moinhos de Vento e Menino Deus.
Segundo Eduardo Fonseca, engenheiro civil e CEO da ABF Developments, a oferta desse tipo de empreendimento, combinando serviços de hotelaria e saúde, tem potencial para evoluir ainda mais a partir de sua profissionalização.
“Temos um público consumidor gigantesco para esse tipo de empreendimento e que cresce exponencialmente. Outro fator que identificamos é que atualmente as pessoas têm menos filhos. Hoje, temos famílias menores e mais distantes. Esse é mais um fator que tem impulsionado esse mercado”.
Ao pensar no desenvolvimento do projeto, Luciano Zuffo, sócio fundador do Grupo São Pietro, conta que foi feito um estudo desse mercado avaliando como é feita sua estruturação em diversos lugares do mundo.
Entre as consequências do aumento da longevidade, os casos de demência vão triplicar até 2050, de acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). O Brasil é o segundo país em prevalência de demência e tem registrado 100 mil novos casos de Alzheimer por ano, segundo a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia.
Todos esses números, pontua Fonseca, mostram a maior necessidade de uma arquitetura mais acessível, que cuida e facilita a vida do idoso e dos familiares, principalmente quando olhamos para a próxima década.
A gestão desse tipo de empreendimento, no entanto, é muito complexa e cara por envolver hotelaria e saúde combinadas, acrescenta o executivo. "O projeto precisa ser muito bem estruturado porque a linha entre o sucesso e o fracasso aqui é muito ténue", alerta.
Um sinal do crescente interesse do mercado imobiliário por esse segmento é que construtoras do México já procuraram a ABF para conhecer o caminho das pedras.
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Fórum Longevidade