Transparência ou criatividade? Veja o que o público quer dos influencers

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Em 30% dos casos, os consumidores afirmaram que as recomendações tiveram forte impacto em suas escolhas - Foto: Envato Elements
Em 30% dos casos, os consumidores afirmaram que as recomendações tiveram forte impacto em suas escolhas

Por Joyce Canele

redacao@viva.com.br
Publicado em 12/09/2025, às 15h10

São Paulo, 12/09/2025 - Uma pesquisa realizada pelo IAB Brasil em parceria com a Offerwise mostra que a autenticidade se tornou como o maior fator de impacto na relação de confiança entre influenciadores e consumidores.

O estudo, batizado de #Publi 2025: identificação e autenticidade na creator economy, revelou que 70% dos brasileiros levam esse atributo em consideração antes de se deixar influenciar em uma decisão de compra.

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De acordo com os dados, a confiança conquistada por meio da transparência é o que mantém a relevância dos creators (criadores de conteúdo), independentemente do tamanho da sua audiência.

As chamadas 'publis', que são as propagandas que os influenciadores fazem sobre algum produto, que mais pesam no bolso do consumidor, são aquelas que apresentam informações reais e detalhadas sobre produtos.

Avaliações completas, unboxings (vídeos dessas pessoas abrindo e mostrando como é o produto) e depoimentos de uso apareceram como os três formatos de maior credibilidade, todos citados por 37% dos entrevistados.

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Outro ponto levantado é que oito em cada dez pessoas já compraram algo por indicação de influenciadores, e a maioria se declarou satisfeita com a experiência.

Em 30% dos casos, os consumidores afirmaram que as recomendações tiveram forte impacto em suas escolhas.

Esse movimento reforça o crescimento de micro e médios influenciadores, que conseguem atingir níveis de confiança próximos aos de celebridades quando estabelecem vínculos genuínos com suas comunidades.

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A pesquisa foi apresentada no evento Adtech & Branding 2025 e contou com patrocínio da CREO, agência global de marketing de influência.

Durante o encontro, executivos da empresa compartilharam experiências que mostram como a publicidade está se tornando cada vez mais integrada ao entretenimento, principalmente para a Geração Alpha, que já enxerga as ações comerciais como parte natural do conteúdo consumido.

Essa nova geração, formada por adolescentes entre 14 e 17 anos, apareceu no levantamento com um perfil distinto. Para eles, diversão, criatividade e engajamento são os fatores mais valorizados em um influenciador.A confiança, que lidera entre os adultos, fica em segundo plano.

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Apesar de serem os que mais consomem conteúdo digital, os jovens se mostraram menos propensos a transformar esse contato em compras,apenas 68% declararam ter comprado algo por recomendação de um creator, número inferior aos 77% verificados nas demais faixas etárias.

As diferenças também surgem quando se observa gênero e faixa de renda. As mulheres aparecem como o público mais impactado pelas recomendações, com 82% relatando já ter adquirido um produto por influência de creators, nove pontos percentuais acima dos homens.

Pessoas até 39 anos e em situação financeira mais confortável também se mostraram mais abertas a seguir indicações e investir em produtos apresentados por influenciadores.

Segundo Denise Porto Hruby, CEO do IAB Brasil, os resultados confirmam que a economia dos criadores atingiu um novo estágio.

A creator economy amadureceu e exige autenticidade e identificação. O consumidor não quer só ver produtos, mas sentir que o criador tem uma relação real com o que comunica. Esse é o diferencial que mantém o influenciador como um canal relevante e em crescimento."

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Para ela, a maturidade do setor mostra que o público busca muito mais que exposição de produtos, procura conexão real e confiança passadas por um influenciador. O levantamento ouviu 1.500 pessoas em diferentes regiões do país entre maio e junho de 2025.

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