Dólar volta encostar em R$ 6,00 com escalada na disputa comercial entre EUA e China

Adobe Stock

Guerra comercial faz dólar subir em relação ao real - Adobe Stock
Guerra comercial faz dólar subir em relação ao real

Por Antonio Perez e Fabiana Holtz, do Broadcast

[email protected]
Publicado em 08/04/2025, às 15h24

O dólar comercial aumentou o ritmo de alta e atingiu cotações máximas ao longo dia, se aproximando dos R$ 6,00. Nesta tarde, a moeda norte-americana à vista subia 1,21% e era cotada a R$ 5,9820.

O acirramento da guerra comercial acelerou os ganhos da moeda norte-americana em relação ao real e às demais moedas latino-americanas, mais sensíveis aos impactos sobre a economia chinesa. A perspectiva de piora da economia global, que pode levar a uma recessão, mantém os investidores na defensiva.

Os chineses voltaram a criticar as tarifas recíprocas e afirmaram que estão prontos "para lutar até o fim" caso Washington leve adiante a aplicação das sobretaxas. Em comunicado, o Ministério do Comércio chinês declarou que se opõe "firmemente" à ameaça de Trump de aplicar tarifas adicionais de 50%. A China também iniciou uma disputa na OMC contra as tarifas recíprocas dos EUA.

O prazo dado pela Casa Branca para que a China desista de tarifas retaliatórias terminou às 13h. Em resposta, o governo americano anunciou que começará a cobrar tarifa adicional de 50% sobre os bens importados da China amanhã. "O presidente quer fazer um acordo com a China, mas não sabe como começar", disse a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, em entrevista coletiva nesta terça-feira. "Se a China fizer um acordo, presidente ficará afável", afirmou.

O representante de Comércio dos EUA, Jamieson Greer, afirmou que as negociações serão realizadas "país por país" e que o sucesso da política tarifária imposta pelo presidente americano também será julgado com base em cada país, ao testemunhar em audiência da Comissão de Finanças do Senado americano. Greer disse também que não confia em projeções de economistas sobre inflação tarifária.

O presidente do Federal Reserve (Banco Central dos Estados Unidos) de Chicago, Austan Goolsbee, disse que ainda não é possível saber quanto do aumento das tarifas vai ser repassado aos preços, mas ressaltou que a confiança do consumidor americano está despencando. Ele também disse que as empresas não devem aumentar seus investimentos enquanto não houver clareza sobre a política tarifária.

Comentários

Política de comentários

Este espaço visa ampliar o debate sobre o assunto abordado na notícia, democrática e respeitosamente. Não são aceitos comentários anônimos nem que firam leis e princípios éticos e morais ou que promovam atividades ilícitas ou criminosas. Assim, comentários caluniosos, difamatórios, preconceituosos, ofensivos, agressivos, que usam palavras de baixo calão, incitam a violência, exprimam discurso de ódio ou contenham links são sumariamente deletados.

Últimas Notícias