Efeitos do tarifaço dos EUA no mercado de trabalho, se ocorrerem, podem ser setorizados

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Momento exige uma análise cautelosa porque o mercado de trabalho tem um comportamento mais resiliente - Envato
Momento exige uma análise cautelosa porque o mercado de trabalho tem um comportamento mais resiliente

Por Gabriela da Cunha, da Broadcast

redacao@viva.com.br
Publicado em 31/07/2025, às 11h41
Rio, 31/07/2025 - Os efeitos da decisão dos Estados Unidos de taxar em 50% uma série de produtos brasileiros para um possível declínio na taxa da população desocupada no Brasil demanda uma análise cautelosa, disse nesta manhã Adriana Beringuy, coordenadora de PNAD, durante coletiva de imprensa.
“Os dados de hoje não têm qualquer influência dessa questão e mostram um dado Brasil. Os aspectos tarifários podem vir a ter características mais setoriais e focalizados. Além disso, o mercado de trabalho apresenta uma inércia inicial, diferente dos mercados de câmbio e de títulos que reage imediatamente, por exemplo”, disse ao ser questionada sobre o tema.
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A população desocupada no Brasil no trimestre encerrado em junho foi de 6,3 milhões, recuo de 17,4% (ou menos 1,3 milhão de pessoas) no trimestre e de 15,4% (menos 1,1 milhão de pessoas) no ano. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Mensal (PNAD) para o trimestre encerrado em junho, divulgados hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“O mercado de trabalho tem um comportamento mais resiliente ao momento de algumas estruturas de produção. Vamos precisar avançar nos trimestres do ano de 2025 para incorporar possíveis dados das tarifas na PNAD”, explicou.
Em relação à força do mercado de trabalho mesmo num cenário de inflação e juros altos - o Banco Central manteve ontem, a Selic, a taxa básica de juros em 15% ao ano - Beringuy atribuiu a parcela de informalidade, que tem características bastantes resilientes e pelo seu tamanho em relação à população ocupada como um todo.
“O trabalhador informal precisa estar em atividade para garantir seu sustento, ainda que em condições desfavoráveis ou de alguns indicadores macroeconômicos que não estão dentro do esperado por alguns analistas”, afirmou.
“Obviamente, que para estar em atividade, os informais dependem do consumo das famílias, mas esse consumo tem aumentado (65% do PIB)”, complementou.
Os resultados já incorporam a série histórica reponderada de acordo com os novos dados populacionais, obtidos através do Censo Demográfico de 2022. “A dinâmica do mercado de trabalho e seus indicadores não tiveram efeitos desta reponderação”, enfatizou.
Palavras-chave IBGE tarifaço empregos impacto

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