Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil
Publicado em 13/11/2025, às 16h59 - Atualizado às 17h10
São Paulo, 13/11/2025 - Outros alvos da Operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU) nesta quinta-feira, incluem o ex-ministro do Trabalho e Previdência Social José Carlos Oliveira e os deputados Euclydes Pettersen Neto (Republicanos-MG) e Edson Cunha de Araújo (PSB-MA).
José Carlos Oliveira, que mudou o nome para Ahmed Mohamad Oliveira por motivos religiosos, comandou a pasta de março a dezembro de 2022, durante o governo de Jair Bolsonaro. Antes, presidiu o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) de novembro de 2021 a março de 2022. Ele foi alvo de busca e apreensão e terá de usar tornozeleira eletrônica.
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Em depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), o ex-ministro admitiu falhas no protocolo de verificação de oito entidades “fantasmas”, aprovadas durante sua gestão.
O deputado federal Euclydes Pettersen Neto é investigado pela venda de um avião a uma das associações sob apuração da PF e da CGU, segundo informações da Agência Brasil. O deputado estadual do Maranhão, Edson Cunha de Araújo, é vice-presidente da Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura (CBPA), também investigada pelas fraudes.
Essa é a terceira etapa da operação que revelou, em abril, um esquema de desvios de R$ 6,3 bilhões em benefícios do INSS, praticados entre 2019 e 2024, conforme estimam PF e CGU.
Na manhã desta quinta-feira, o ex-presidente do INSS até abril de 2025 Alessandro Stefanutto, foi preso preventivamente pela PF.
Em nota, a defesa de Stefanutto alegou que a prisão é ilegal, “uma vez que Stefanutto não tem causado nenhum tipo de embaraço à apuração, colaborando desde o início com o trabalho de investigação”.
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Ao todo, foram cumpridos dez mandados de prisão preventiva e 63 ordens de busca e apreensão nos Estados do Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe, Tocantins e no Distrito Federal.
A nova fase da operação apura os crimes de inserção de dados falsos em sistemas oficiais, constituição de organização criminosa, estelionato previdenciário, corrupção ativa e passiva, além de atos de ocultação e dilapidação patrimonial (diminuição ou comprometimento de patrimônio), segundo a PF.
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